domingo, 30 de agosto de 2009

Ronald Sider


I have met Ronald Sider in my adventures in the christian life. A diferent aproach and an inspiration for serving as a wholistic minister.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ÉLBEN LENZ CEZAR NA VILA

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL NO PRÓXIMO FINAL DE SEMANA

O redator da revista Ultimato estará em Vila Isabel dias 29 e 30 de agosto.


Sábado 17h – palestra: Missão Integral e Espiritualidade Cristã (“a relevância de uma igreja missionária que não perde seus conteúdos e identidade fundamentais diante do mundo pós-moderno”).

Domingo - Ele também pregará no domingo às 9h no culto de gratidão pelos 107 anos da Sociedade de Mulheres e às 19h no culto dirigido pela Sociedade de Jovens.

Por Rev. Ronan Boechat

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Missionária Alessandra

Aproximadamente 720 crianças de várias escolas locais
já ouviram histórias sobre o amor de Deus.
Aqui na cidade nosso foco tem sido as crianças,pois a maioria delas tem sofrido com o alcoolismo em suas famílias, prostituição e abandono. Acreditamos que uma criança alcançada e trabalhada será uma mensageira do poder que Deus tem para transformar sua família.
Quando terminamos cada história elas vêm nos abraçar e agradecer e pedem para voltarmos dizendo: nós precisamos de vocês. Algumas nunca viram um fantoche e ficam admiradas. A fidelidade de Deus tem sido tremenda e estamos prosseguindo certos da vitória.

Uma manhã diferente
Tivemos no nosso Ponto Missionário na Comunidade de Quilombolas uma ação social com aferição de pressão, corte de cabelo, oficina de artesanato, trabalho com crianças e visitação nas casas. Foi abençoador! Estamos tendo a parceria da Marinha do Brasil de Bom Jesus da Lapa. Acreditamos que juntos podemos promover a saúde integral das vidas que tem ficado a margem de nossa sociedade. É gratificante ver um pai dizendo que continuássemos este trabalho pois estava contente por ver seu filho sorrir.

Tarde Alegre e noite de Sessão Cinema
A criançada do bairro da Igreja teve uma tarde pra lá de alegre com histórias, cânticos e brincadeiras.

Jovens puderam ter uma noite diferente assistindo o filme Desafiando Gigantes com pipoca e guaraná. Estamos proporcionando algo saudável para eles já que o assédio das drogas não tem sido fácil por aqui. Passamos o filme no data show cedido pela Marinha e tivemos até a lanterninha e eles acharam super legal.Após o filme cada um compartilhou sobre os pontos que mais tocaram em suas vidas.
Recebendo visita
Missionária Claudete Cruz da Terceira Região passou uma semana conosco trabalhando intensamente na evangelização.
Cada metodista um (a) missionário (a) cada lar uma igreja!
Reiniciamos os culto nos lares e Jesus tem abençoado.

Endereço e e-mail
Rua: Fernando Presídio, 509
Bairro São João – Bom Jesus da Lapa
CEP: 47 600-000
alessandrafb1@gmail.com

Seja um (a) parceiro (a) !
Banco Itaú
C/C: OOO39-3 / 001
Ag. 7455

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Miracles

The (A)plans of the heart belong to man,
But the answer of the tongue is from the LORD. Proverbs 16:1

My life is a miracle. Each day I realize how beautiful and difficult is the life. Today my dad has fainted again. He is just 68 years old and I can tell , we are never ready for this type of things. Afer 13 years working for helping other people around the world I fell like I am the private doctor of my family. I had planned for this year a lot of new ventures, new ideas , new projects. I was wondering if I could improve my life style once I am getting older. Maybe I could give more to my kids.

Now my parents all became sick at a time. Don't understand or accept why. Just Know I need to take it and overcome by faith. Maybe one day i will understand, maybe not...

Please pray for me so that I can face these situation and overcome it. These situations sometimes are devastating my emotions.

Wilson Bonfim
servant...

Reunião da Expansão Missionária


Alguns dos líderes da expansão missionária regional do Rio de Janeiro começaram a se reunir para preparar relatório do concílio regional e planejamento do novo biênio.Da esquerda para a direita; Revda. Ruth Kato, Dr Wilson Bonfim, Rev Carlos Henrique Onofre e Revda.Selma Antunes.

sábado, 22 de agosto de 2009

Estonia 2009

Igreja Católica e evangelização.

Leiam em espírito de oração e reflitam.

Existem grupos teológicos católicos e alguns protestantes/evangélicos que pregam que não se deve promover o que é denominado de proselitismo, como se qualquer tentativa pregação que visa a "conversão" fosse uma atitude totalmente inaceitável. Em geral a justificativa é baseada em um discurso antropológico do “culturalmente ou do politicamente correto”. Desta forma colocam no mesmo patamar todo tipo de iniciativa de evangelização entre povos não alcançados internacionais ou entre silvicolas brasileiros como se fora atitude culturalmente insensível chegando ao ponto as vezes de criticar a todo tipo de evangelização e algumas vezes aceitando simplesmente o serviço como única forma de pregação. Muitas vezes a evangelização denominada de transcultural é confundida com o conceito de imperialismo cultural.

Estarei divulgando artigos originados na Santa Sé emitido por diferentes Papas (órgão superior da Igreja Católica que detém a palavra final a cerca da teologia e dos princípios de fé e conduta da Igreja católica) e a palavra do arcebispo Dom Eugenio Sales com o objetivo de deixar que cada um tire as suas conclusões sobre as relações entre evangelização e proselitismo.

Sobre proselitismo

Algumas definições a cerca de proselitismo.

O proselitismo, do grego prosélitos (= aderente), consiste em conquistar aderentes de uma doutrina feita e não em um trabalho de puro desenvolvimento dos conhecimentos sobre a religião. O proselitismo não se ocupa diretamente do desenvolvimento da pesquisa religiosa mas da propagação de doutrina feita, ou seja, de uma ideologia.
A prática do proselitismo, de que falam os livros bíblicos do Novo Testamento (escritos em grego), era peculiar aos judeus, que saíam pelo mundo helênico-romano com visitas a pregar aos mesmos judeus e também aos pagãos para convertê-los ao judaísmo.
Prosélitos se dizia principalmente dos pagãos conversos ao judaísmo, e depois também ao cristianismo. Imitando o habito proselitista judeu, os primeiros cristãos também se entregaram ao proselitismo, e tiveram mais sorte com o seu neojudaísmo.
Os fariseus exigiam dos pagãos conversos até mesmo a circuncisão (corte do prepúcio do pênis); os cristãos não demoraram em dispensar este corte doloroso, tornando sua doutrina mais aceitável e adequada ao proselitismo. Por esta e outras razões ganharam os cristãos a corrida proselitista, deixando para trás aos fariseus.

O Globo:

“Bento XVI usou o conceito três vezes durante a visita ao Brasil.
Termo tem conotação negativa e é usado para descrever o comportamento dos outros. prosélito[do grego prosélytos, 'aquele que se aproxima'] (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) Proselitismo é o nome dado à busca ativa de uma religião por novos fiéis. Em sua origem grega, o termo designava a adesão de pagãos ao judaísmo, mas esse sentido primeiro foi perdido há muito tempo. Hoje, “proselitismo” é usado com conotação negativa, para descrever a suposta agressividade de uma religião (concorrente) em converter novos seguidores.


http://g1.globo.com/Noticias/PapanoBrasil/0,,MUL35876-8524-5265,00.html”

Os Papas e evangelização.

“EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL CHRISTIFIDELES LAICI DE SUA SANTIDADE O PAPA JOÃO PAULO II SOBRE VOCAÇÃO E MISSÃO DOS LEIGOS NA IGREJA E NO MUNDO”

(...)
“Ide por todo o mundo
35. A Igreja, ao aperceber-se e ao viver a urgência actual de uma nova evangelização, não pode eximir-se da missão permanente de levar o Evangelho a quantos — e são milhões e milhões de homens e mulheres — não conhecem ainda a Cristo Redentor do homem. Esta é a tarefa mais especificamente missionária que Jesus confiou e continua todos os dias a confiar à Sua Igreja.
A acção dos fiéis leigos, que, aliás, nunca faltou neste campo, aparece hoje cada vez mais necessária e preciosa. Na verdade, a ordem do Senhor « Ide por todo o mundo » continua a encontrar muitos leigos generosos, prontos a deixar o seu ambiente de vida, o seu trabalho, a sua região ou pátria, para ir, ao menos por um certo tempo, para zonas de missão.( ...)”http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html
5.

A palavra do Papa João Paulo II deixa transparecer que não parece haver muita diferença entre o dever missionário dos cristãos ditos protestantes e /ou evangélicos e os católicos: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” .

O pregar é imperativo. O como fazer é que tem sido revisto de tempos em tempos e algumas vezes se torna a controvérsia.

Vejamos o que o Papa João Paulo II diz sobre o Cristo e sua relação com o mundo e as pessoas.


4.“Cristo, Redentor do mundo,é o único Mediador entre Deus e os homens e não há outro nome debaixo do céu pelo qual possamos ser salvos (cf.Act 4, 12). Lê-se na Carta aos Efésios: n'Ele « temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que abundantemente derramou sobre nós com plena sabedoria e discernimento (...) segundo o beneplácito que n'Ele de antemão estabelecera, para ser realizado ao completarem-se os tempos » (1, 7-10). Assim Cristo, Filho consubstancial ao Pai, é Aquele que revela o desígnio de Deus relativo a toda a criação, e de modo particular sobre o homem”.
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html

5.

“O Verbo Encarnado é, por conseguinte, o cumprimento do anélito presente em todas as religiões da humanidade: este cumprimento é obra de Deus e ultrapassa toda a expectativa humana. É mistério de graça.
Em Cristo, a religião deixa de ser um « procurar Deus como que às apalpadelas » (cf. Act 17, 27), para se tornar resposta de fé a Deus que Se revela: resposta na qual o homem fala a Deus como seu Criador e Pai; resposta feita possível por aquele Homem único, que ao mesmo tempo é o Verbo consubstancial ao Pai, no qual Deus fala a cada homem, e cada homem se torna capaz de responder a Deus. Mais ainda, nesse Homem responde a Deus a criação inteira. Jesus Cristo é o novo início de tudo: tudo n'Ele se reencontra, é acolhido e reconduzido ao Criador de Quem teve origem. Deste modo,Cristo é o cumprimento do anélito de todas as religiões do mundo, constituindo por isso mesmo o seu único e definitivo ponto de chegada. Se por um lado Deus em Cristo fala de Si à humanidade, por outro, no mesmo Cristo, a humanidade inteira e toda a criação falam de si a Deus — melhor, dão-se a Deus. Assim, tudo volta ao seu princípio.”
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html


Seguem agora alguns trechos do documento do sínodo de oceania ao qual o Papa se refere varias vezes.

8 oceania http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_20011122_ecclesia-in-oceania_po.html

“(..) Só aceitando Jesus Cristo como Caminho é que os povos da Oceânia poderão encontrar aquilo por que agora aspiram e lutam. O caminho de Cristo não se pode percorrer sem um ardente sentido da missão; e o centro da missão da Igreja é proclamar Jesus Cristo como a Verdade viva - uma verdade revelada, uma verdade explicada, compreendida e acolhida na fé, uma verdade transmitida às novas gerações.(...)”

Podemos perceber através da exortação Papal que o centro da missão da Igreja Católica é o anuncio do Cristo como o redentor do mundo. O anúncio tem uma expectativa; a de aceitação e acolhimento por parte de quem ouve. Por isso não se pode dissociar a pregação dos efeitos que ela provoca, senão seria um contra senso pregar ou trabalhar pelo Reino. Se Alguma organização católica afirmar que não existe necessidade de evangelização ou conversão estará contrariando uma lei interna de sua própria igreja e de suas autoridades."

Como os católicos deveriam pregar ? Este assunto realmente é um dos que suscita muitas discussões. Sobre as diretrizes definidas neste sínodo o Papa ainda afirma

“(...)Viver o Evangelho servindo a pessoa e a sociedade
36. Ao anunciar e ao acolher o Evangelho na força do Espírito, a Igreja torna-se comunidade evangelizada e evangelizadora e, precisamente por isso,(...) , o Reino é fonte de libertação plena e de salvação total para os homens: com estes, portanto, a Igreja caminha e vive, real e intimamente solidária com a sua história.
Tendo recebido o encargo de manifestar ao mundo o mistério de Deus, que brilha em Jesus Cristo, ao mesmo tempo, a Igreja descobre o homem ao homem, esclarece-o acerca do sentido da sua existência, abre-o à verdade total acerca dele e do seu destino (...)”

Desta maneira o sumo pontífice católico define que todos os serviços que a Igreja presta ( sejam quais forem ) tem o objetivo de que o homem venha a conhecer a Jesus Cristo. Sem isto a Igreja perde seu significado. Não existe portanto uma ação social eclesiástica isenta de algum pré conceito. A ação tem alguma fundamentação seja ela antropológica ou teológica. No caso da Igreja ela é antes de tudo teológica. Claro que a pregação da fé ocorre em meio a cultura.

Vejamos como o artigo Occeania muitas vezes referido pelo Papa nesta carta trata sobre as relações da cultura e a Igreja e com a Igreja deveria se comportar em relação a cultura na evangelização.

“EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL ECCLESIA IN OCEANIA DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS AOS CONSAGRADOS E CONSAGRADAS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE JESUS CRISTO E OS POVOS DA OCEÂNIA SEGUINDO O SEU CAMINHO PROCLAMANDO A SUA VERDADE E VIVENDO A SUA ViDA
(...)

MISSÃO E CULTURA

7.Desde o século XVI, quando os primeiros missionários estrangeiros chegaram à Oceânia, os povos insulares ouviram e acolheram o Evangelho de Jesus Cristo. Entre aqueles que deram início ou continuidade à obra missionária, houve santos e mártires, que constituem não só a maior glória do passado da Igreja na Oceânia, mas também a mais segura fonte de esperança para o futuro.(...)
Quando os missionários levaram pela primeira vez o Evangelho aos aborígenes, aos maoris, e restantes nações insulares, encontraram povos que já possuíam um antigo e profundo sentido do sagrado. As práticas e os ritos religiosos constituíam parte integrante da vida quotidiana e permeavam totalmente as suas culturas. Os missionários levaram a verdade do Evangelho que não é alheia a ninguém; mas, por vezes, alguns procuraram impor elementos que eram culturalmente estranhos àqueles povos. Agora há necessidade de um cuidadoso discernimento para ver o que pertence ao Evangelho e aquilo que não lhe pertence, o que é essencial e aquilo que não chega a sê-lo. Uma tal tarefa - há que admiti-lo - tornou-se ainda mais difícil por causa do processo de colonização e modernização que tem ofuscado a fronteira entre o que é autóctone e importado. (...)
(...)A variedade cultural da Oceânia não está imune do processo mundial de modernização com os seus efeitos positivos e negativos. Sem dúvida que os tempos modernos têm dado novo e maior realce a valores humanos positivos como, por exemplo, o respeito pelos direitos inalienáveis da pessoa, a introdução de métodos democráticos na administração e no governo, a recusa da pobreza estrutural como condição imutável, a rejeição do terrorismo, da tortura e da violência como instrumentos de viragem política, o direito à educação, cuidados sanitários e habitação para todos. Tais valores, frequentemente enraizados no cristianismo ainda que não explicitamente, têm exercido uma benéfica influência na Oceânia, e a Igreja não pode deixar de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para favorecê-los. (...)”
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_30121988_christifideles-laici_po.html
(...)
“Tem-se dito que o nosso é o tempo dos « humanismos »: uns, pela sua matriz ateia e secularista, acabam paradoxalmente por mortificar e anular o homem; outros humanismos, invés, exaltam-no até ao ponto de atingirem formas de verdadeira e própria idolatria, outros, enfim, reconhecem justamente a grandeza e a miséria do homem, exprimindo, defendendo e favorecendo a sua dignidade integral.(...)”

(...)
“Venerar o inviolável direito à vida
38. O reconhecimento efectivo da dignidade pessoal de cada ser humano exige o respeito, a defesa e a promoção dos direitos da pessoa humana. Trata-se de direitos naturais, universais e invioláveis: ninguém, nem o indivíduo, nem o grupo, nem a autoridade, nem o Estado, pode modificar e muito menos eliminar esses direitos que emanam do próprio Deus.”
(...) (...)

O Concílio Vaticano II afirma abertamente: “« Tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e de jovens; e também as condições degradantes de trabalho, em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis; todas estas coisas e outras semelhantes são, sem dúvida, infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que as padecem, e ofendem gravemente a honra devida ao Criador».(137)”http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_30121988_christifideles-laici_po.html
(...)

O PAPA A CONVERSÃO E A METANÓIA


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL ECCLESIA IN AMERICA
DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
AOS CONSAGRADOS E ÀS CONSAGRADAS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS
SOBRE O ENCONTRO COM JESUS CRISTO VIVO CAMINHO PARA A CONVERSÃO,
A COMUNHÃO E A SOLIDARIEDADE NA AMÉRICA
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_22011999_ecclesia-in-america_po.html


“(...)A exortação de Cristo à conversão ecoa nestas palavras do Apóstolo: « Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé » (Rm 13, 11). O encontro com Jesus Cristo vivo leva à conversão.
No Novo Testamento, para falar de conversão é utilizada a palavra metanóia, que significa mudança de mentalidade. Não se trata só de um distinto modo de pensar a nível intelectual, mas da revisão à luz dos critérios evangélicos das próprias convicções vitais. A este respeito, S. Paulo fala de « fé que opera pela caridade » (Gal 5, 6)(...)”

(...)
“A missão ad gentes
74. Jesus Cristo confiou à sua Igreja a missão de evangelizar todas as nações: « Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos tenho mandado » (Mt 28, 19-20). A consciência da universalidade da missão evangelizadora que a Igreja recebeu deve permanecer viva, como aliás o testemunha continuamente a história do Povo de Deus que peregrina na América. A evangelização torna-se mais urgente junto de todos aqueles que, vivendo neste Continente, ainda não conhecem o nome de Jesus, o único nome dado aos homens para se salvarem (cf. At 4, 12). Infelizmente, este nome é desconhecido por larga parte da humanidade e em muitos ambientes da sociedade americana. Basta pensar nas etnias indígenas ainda não cristianizadas ou na presença de religiões não cristãs tais como o Islamismo, o Budismo, o Induísmo, sobretudo entre os imigrantes vindos da Ásia.
Isto obriga a Igreja na América a permanecer disponível para a missão ad gentes. (288) O programa de uma nova evangelização no Continente, objetivo de muitos projetos pastorais, não pode limitar-se a revitalizar a fé dos crentes habituais, mas deve também procurar anunciar Cristo nos ambientes onde Ele é desconhecido.(...)”


O documento missão ad gentes do qual o papa fala é

DECRETO AD GENTES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19651207_ad-gentes_po.html

PROÉMIO
“A vocação missionária da Igreja
1. A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser «sacramento universal de salvação», (1) por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador (2), procura incansàvelmente anunciar o Evangelho a todos os homens. Já os próprios Apóstolos em que a Igreja se alicerça, seguindo o exemplo de Cristo, «pregaram a palavra da verdade e geraram as igrejas» (3). Aos seus sucessores compete perpetuar esta obra, para que «a palavra de Deus se propague ràpidamente e seja glorificada (2 Tess. 3,1), e o reino de Deus seja pregado e estabelecido em toda a terra.”

(...)
“O nome de «missões» dá-se geralmente àquelas actividades características com que os pregoeiros do Evangelho, indo pelo mundo inteiro enviados pela Igreja, realizam o encargo de pregar o Evangelho e de implantar a mesma Igreja entre os povos ou grupos que ainda não crêem em Cristo. Essas «missões» são levadas a efeito pela actividade missionária e exercem-se ordinàriamente em certos territórios reconhecidos pela Santa Sé. O fim próprio desta actividade missionária é a evangelização e a implantação da Igreja nos povos ou grupos em que ainda não está radicada (34).(...) a fim de que os homens, uma vez renascidos pela palavra de Deus, fossem agregados pelo Baptismo à Igreja, a qual, como corpo do Verbo encarnado, se nutre e vive da palavra de Deus e do pão eucarístico.
Nesta actividade missionária da Igreja dão-se, por vezes, simultâneamente, situações diversas: a de começo ou implantação, primeiro, e a de crescimento ou juventude, depois. Ultrapassadas estas etapas, não acaba, contudo, a acção missionária da Igreja, mas é às igrejas particulares já constituídas que incumbe o dever de a continuar pregando o Evangelho a todos aqueles que ainda tenham ficado de fora. (...)”
(...)
Actividade missionária da Igreja: suas causas e necessidades
“7. A razão desta actividade missionária vem da vontade de Deus, que «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Ora há um só Deus, e um só que é mediador de Deus e dos homens, o homem Cristo Jesus, que se deu a si mesmo como preço de resgate por todos» (l Tim. 2, 4-6), «e não há salvação em nenhum outro» (Act. 4,12). Portanto, é preciso que todos se convertam a Cristo conhecido pela pregação da Igreja e que sejam incorporados, pelo Baptismo, a Ele e à Igreja, seu corpo.(...)”

(...)
“Cristo e a Igreja que d'Ele dá testemunho pela pregação evangélica, transcendem todos os particularismos de estirpe ou de nação e, por isso, não podem ser considerados estranhos a ninguém e em nenhuma parte (44). É próprio Cristo é aquela verdade e aquele caminho que a pregação evangélica a todos abre ao levar aos ouvidos de todos as palavras que Ele mesmo disse: «Arrependei-vos e crede no Evangelho» (Mc. 1,15). Porém, como quem não crê já está julgado (45), (...) «porque todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus» (Rom. 3,23). Por si mesmo e por próprias forças não há ninguém que se liberte do pecado e se eleve acima de si mesmo, ninguém absolutamente que se liberte a si mesmo da sua enfermidade, da sua solidão ou da sua escravidão (46), mas todos precisam de Cristo como modelo, mestre, libertador, salvador, vivificador. De facto, na história humana, mesmo sob o ponto de vista temporal, o Evangelho foi um fermento de liberdade e de progresso e apresenta-se sempre como fermento de fraternidade, de unidade e de paz. Não é sem razão, por isso, que Cristo é celebrado pelos fiéis como «o esperado das nações e o seu salvador» (47).(...)”
(...)


Presença da caridade
“Efectivamente, a caridade cristã a todos se estende sem discriminação de raça, condição social ou religião; não espera qualquer lucro ou agradecimento.(...) Trabalhem e colaborem os cristãos com todos os outros na recta ordenação dos problemas económicas e sociais.(...) Intimamente unidos com os homens na vida e no trabalho, os discípulos de Cristo esperam oferecer-lhes o verdadeiro testemunho de Cristo e trabalhar na salvação deles, (...)Assim, os homens são auxiliados na aquisição da salvação pela caridade para com Deus e para com o próximo, e começa a brilhar o mistério de Cristo, no qual apareceu o homem novo que foi criado segundo Deus, (cfr. Ef. 4,24), e no qual se revela a caridade divina”
(…)

“CAPÍTULO IV OS MISSIONÁRIOS
A vocação missionária
23. Embora a todo o discípulo de Cristo incumba a obrigação de difundir a fé conforme as suas possibilidades(1), Cristo Senhor chama sempre dentre os discípulos os que Ele quer para estarem com Ele e os enviar a evangelizar os povos(...)
Anunciando o Evangelho aos povos, dê a conhecer confiadamente o mistério de Cristo, do qual é legado, de maneira que ouse falar d'Ele como convém (9), não se envergonhando do escândalo da cruz. (...)
Formação doutrinal e apostólica
26. Os que forem enviados aos diversos povos, como bons ministros de Cristo, devem ser alimentados «com a palavra da fé e da boa doutrina» (1 Tim. 4,6), a qual haurirão primeiramente na Sagrada Escritura, perscrutando o mistério de Cristo, de quem serão arautos e testemunhas. (...)
Ao futuro missionário importa sumamente que se aplique aos estudos missiológicos, isto é, a conhecer a doutrina e as normas da Igreja em matéria de actividade missionária, a informar-se sobre os caminhos percorridos pelos arautos do Evangelho, ao longo dos séculos, como também sobre a condição presente das missões e sobre os métodos considerados hoje mais eficazes (23).(...)”
CAPÍTULO V
“A ORGANIZAÇÃO DA ACTIVIDADE MISSIONÁRIA
Introdução: sua necessidade(...)
Organização geral
29. O cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da terra pertence, antes de mais, ao corpo episcopal (6); por isso, o Sínodo episcopal ou «Conselho permanente de Bispos para toda a Igreja» (7), entre os assuntos de importância geral (8), deve atender de modo especial à actividade missionária, que é a principal e a mais sagrada da Igreja (9).
Para todas as missões e para toda a actividade missionária, haja um só dicastério competente, a saber, a Congregação de «Propaganda Fide», que orientará e coordenará, em todo o mundo, tanto a actividade como a cooperação missionária, ressalvando-se, contudo, o direito das Igrejas orientais 1°. (...)
Todos estes, que hão-de ser convocados em datas fixas, exerçam, sob a autoridade do Sumo Pontífice, a suprema orientação de toda a obra missionária.
Esteja à disposição deste dicastério um grupo permanente de consultores peritos, de reconhecida ciência e experiência, aos quais pertence, entre outras coisas, reunir uma informação oportuna sobre as condições locais das várias regiões, a mentalidade dos diferentes grupos humanos, os métodos de evangelização a empregar, e propor conclusões cientificamente fundadas para a cooperação missionária. (...)
Organização local das missões
30. Para que, no exercício da obra missionária, se atinjam os fins e os resultados, devem todos os operários missionários ter um «só coração e uma só alma» (Act. 4,32). (...)
CAPÍTULO VI
A COOPERAÇÃO
Introdução. Consciência da responsabilidade
35. Dado que a Igreja é toda ela missionária, e a obra da evangelização é um dever fundamental do Povo de Deus, o sagrado Concílio exorta todos a uma profunda renovação interior, para que tomem viva consciência das próprias responsabilidades na difusão do Evangelho e assumam a parte que lhes compete na obra missionária junto dos gentios. (...)
Roma, 7 de Dezembro de 1965
PAPA PAULO VI

Gostaria agora de citar um artigo que li na época no Globo escrito pelo cardeal Dom Eugenio Sales.

“Mensagem do Cardeal D. Eugênio de Araújo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro 11/01/2002
Em favor dos indígenas
(...) Além do mais, sempre ter em mente o objetivo primordial da Igreja, que é proclamar a mensagem de Cristo a todos os povos. Influenciados por ideologias e concepções contrárias à nossa Fé, não raro, leigos, e mesmo, sacerdotes, julgam a instituição fundada por Cristo como se fosse primordialmente uma entidade para defender o bem-estar temporal. A missão fundamental é anunciar Cristo e, como decorrência, resolver problemas sociais.
Assim, em nossos dias, ao tratar da causa indígena, precisam ser explicitadas em qualquer publicação católica sobre o tema, as normas dadas pelo Concílio Vaticano II, as diretrizes das Assembléias do CELAM no Rio de Janeiro, Medellín, Puebla, Santo Domingo e também no Sínodo da América, para falar apenas dos tempos modernos. Nós, brasileiros, não podemos estar ausentes às determinações do Santo Padre, em suas visitas ao Brasil e ao texto do Episcopado Nacional, em Porto Seguro, incluindo a palavra do Legado Pontifício. Para os católicos, qualquer documento, publicação, mesmo de autoria de eclesiásticos, que não respeite os critérios dados pelo Magistério ou que a eles se opõe, não pode ser tomado em consideração. Sem dúvida alguma, nossa fidelidade a Jesus Cristo nos leva a manter absoluta coerência com nossas atitudes, no que se refere ao assunto da promoção dos índios.
Jamais um católico ou movimento de Igreja poderá afirmar que os silvícolas devem preservar valores que estejam em contradição com a Boa Nova ou omitir o anúncio explícito do Evangelho, pelo qual os missionários, desde a descoberta do Continente Americano, empenharam sua própria vida.
Qualquer atividade eclesial junto aos aborígines deve estar profundamente marcada pela proposta explícita do Evangelho de Jesus Cristo. Isto não significa ferir a liberdade de quem recebe, pois uma coisa é impor e outra, propor. A Doutrina da Igreja está claramente contida na Exortação Apostólica “Ecclesia in América”, quando diz (nº 13): “Toda a Igreja é missionária, porque a atividade missionária (...) é uma parte integrante de sua vocação”. E, ao tratar da inculturação,: “Há alguns valores culturais que devem ser transformados e purificados, se se deseja que encontrem lugar numa genuína cultura cristã” (nº 16)Não pregar explicitamente Jesus Cristo aos índios que ainda não O conhecem, é uma traição ao Evangelho, à Igreja, e ao próprio silvícola. Diz o “Ecclesia in Oceania” (nº 18): “Todos têm o direito de ouvir a Boa Nova, pelo que os cristãos têm a obrigação grave de a comunicar”. E adiante: “Cada cultura necessita de ser purificada e transformada pelos valores revelados pelo Mistério Pascal de Cristo” Por isso, uma doutrina, opinião e atitude que faça restrição a essa clara diretriz da Igreja, não pode ter guarida no ambiente católico. Qualquer que seja a tentativa de justificação, deve ser liminarmente rejeitada, sequer conservado o título de católico. O Concílio Vaticano II (“Nostra Aetate”, 2) é peremptório: A Igreja “anuncia e é obrigada a anunciar o Cristo, que é “caminho, verdade e vida” (Jo, 14,6), no qual os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou em si todas as coisas”.(...)”

Seria necessário acrescentar mais alguma coisa? Percebe-se que os objetivos das Igrejas evangélicas se confundem com os da católica; evangelizar. Ora se a o que a Igreja Católica define sobre missão e cultura? Segue o estudo oficial da Igreja declarado em seus documentos oficiais ( porque determinam sua real doutrina) escrito pelo seu sumo pontífice.
E finalmente o Papa em seu discurso aos ìndios em Manaus o sumo pontífice Católico afirmou

VIAGEM APOSTÓLICA AO BRASIL DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
AOS INDIOS DA AMAZÔNIA
Manaus, 10 de julho de 1980

(...) O que lhes vou dizer? Que lhes posso dizer? Começo por repetir o que talvez já tenham ouvido dizer aqui pelos seus amigos missionários: que a Igreja e o Papa vos estimam, estimam muito por aquilo que vocês são e por aquilo que vocês representam. Vocês representam pessoas humanas e “chamados a ser de Jesus Cristo”, vocês representam também os filhos de Deus. A Igreja procura dedicar-se hoje a vocês como se dedicou desde a descoberta do Brasil a vossos antepassados.(...)

DISCURSO AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA DA
PONTIFÍCIA COMISSÃO PARA A AMÉRICA LATINA
Sexta-feira, 23 de Março de 2001
“(...)A respeito disto, sabeis bem como é importante a presença dos evangelizadores, pois onde actuam sacerdotes, religiosos, religiosas ou leigos dedicados ao apostolado, as seitas não prosperam. A fé, mesmo sendo um dom de Deus, não surge nem se mantém sem a mediação dos evangelizadores.(...)”

Finalmente Bento XVI

“Entre os problemas que afligem a vossa solicitude pastoral está, sem dúvida, a questão dos católicos que abandonam a vida eclesial. Parece claro que a causa principal, dentre outras, deste problema, possa ser atribuída à falta de uma evangelização em que Cristo e a sua Igreja estejam no centro de toda explanação. As pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas - que é motivo de justa preocupação – e incapazes de resistir às investidas do agnosticismo, do relativismo e do laicismo são geralmente os batizados não suficientemente evangelizados, facilmente influenciáveis porque possuem uma fé fragilizada e, por vezes, confusa, vacilante e ingênua, embora conservem uma religiosidade inata.(...) Trata-se efetivamente de não poupar esforços na busca dos católicos afastados e daqueles que pouco ou nada conhecem sobre Jesus Cristo, através de uma pastoral da acolhida que os ajude a sentir a Igreja como lugar privilegiado do encontro com Deus e mediante um itinerário catequético permanente.” http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/may/documents/hf_ben-xvi_spe_20070511_bishops-brazil_po.html


O VATICANO E RESPOSTAS A QUESTÕES RELATIVAS A ALGUNS ASPECTOS
DA DOUTRINA SOBRE A IGREJA

Segunda questão: Como deve entender-se a afirmação de que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja católica?
Resposta: Cristo "constituiu sobre a terra" uma única Igreja e instituiu-a como "grupo visível e comunidade espiritual"[5], que desde a sua origem e no curso da história sempre existe e existirá, e na qual só permaneceram e permanecerão todos os elementos por Ele instituídos[6]. "Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo professamos como sendo una, santa, católica e apostólica […]. Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele"[7].


Por que razão os textos do Concílio e do subsequente Magistério não atribuem o título de "Igreja" às comunidades cristãs nascidas da Reforma do século XVI?
Resposta: Porque, segundo a doutrina católica, tais comunidades não têm a sucessão apostólica no sacramento da Ordem e, por isso, estão privadas de um elemento essencial constitutivo da Igreja. Ditas comunidades eclesiais que, sobretudo pela falta do sacerdócio sacramental, não conservam a genuína e íntegra substância do Mistério eucarístico[19], não podem, segundo a doutrina católica, ser chamadas "Igrejas" em sentido próprio[20].

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20070629_responsa-quaestiones_po.html

Igreja Católica e evangelização.

Leiam em espírito de oração e reflitam.

Existem grupos teológicos católicos e alguns protestantes/evangélicos que pregam que não se deve promover o que é denominado de proselitismo, como se qualquer tentativa pregação que visa a "conversão" fosse uma atitude totalmente inaceitável. Em geral a justificativa é baseada em um discurso antropológico do “culturalmente ou do politicamente correto”. Desta forma colocam no mesmo patamar todo tipo de iniciativa de evangelização entre povos não alcançados internacionais ou entre silvicolas brasileiros como se fora atitude culturalmente insensível chegando ao ponto as vezes de criticar a todo tipo de evangelização e algumas vezes aceitando simplesmente o serviço como única forma de pregação. Muitas vezes a evangelização denominada de transcultural é confundida com o conceito de imperialismo cultural.

Estarei divulgando artigos originados na Santa Sé emitido por diferentes Papas (órgão superior da Igreja Católica que detém a palavra final a cerca da teologia e dos princípios de fé e conduta da Igreja católica) e a palavra do arcebispo Dom Eugenio Sales com o objetivo de deixar que cada um tire as suas conclusões sobre as relações entre evangelização e proselitismo.

Sobre proselitismo

Algumas definições a cerca de proselitismo.

O proselitismo, do grego prosélitos (= aderente), consiste em conquistar aderentes de uma doutrina feita e não em um trabalho de puro desenvolvimento dos conhecimentos sobre a religião. O proselitismo não se ocupa diretamente do desenvolvimento da pesquisa religiosa mas da propagação de doutrina feita, ou seja, de uma ideologia.
A prática do proselitismo, de que falam os livros bíblicos do Novo Testamento (escritos em grego), era peculiar aos judeus, que saíam pelo mundo helênico-romano com visitas a pregar aos mesmos judeus e também aos pagãos para convertê-los ao judaísmo.
Prosélitos se dizia principalmente dos pagãos conversos ao judaísmo, e depois também ao cristianismo. Imitando o habito proselitista judeu, os primeiros cristãos também se entregaram ao proselitismo, e tiveram mais sorte com o seu neojudaísmo.
Os fariseus exigiam dos pagãos conversos até mesmo a circuncisão (corte do prepúcio do pênis); os cristãos não demoraram em dispensar este corte doloroso, tornando sua doutrina mais aceitável e adequada ao proselitismo. Por esta e outras razões ganharam os cristãos a corrida proselitista, deixando para trás aos fariseus.

O Globo:

“Bento XVI usou o conceito três vezes durante a visita ao Brasil.
Termo tem conotação negativa e é usado para descrever o comportamento dos outros. prosélito[do grego prosélytos, 'aquele que se aproxima'] (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) Proselitismo é o nome dado à busca ativa de uma religião por novos fiéis. Em sua origem grega, o termo designava a adesão de pagãos ao judaísmo, mas esse sentido primeiro foi perdido há muito tempo. Hoje, “proselitismo” é usado com conotação negativa, para descrever a suposta agressividade de uma religião (concorrente) em converter novos seguidores.


http://g1.globo.com/Noticias/PapanoBrasil/0,,MUL35876-8524-5265,00.html”

Os Papas e evangelização.

“EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL CHRISTIFIDELES LAICI DE SUA SANTIDADE O PAPA JOÃO PAULO II SOBRE VOCAÇÃO E MISSÃO DOS LEIGOS NA IGREJA E NO MUNDO”

(...)
“Ide por todo o mundo
35. A Igreja, ao aperceber-se e ao viver a urgência actual de uma nova evangelização, não pode eximir-se da missão permanente de levar o Evangelho a quantos — e são milhões e milhões de homens e mulheres — não conhecem ainda a Cristo Redentor do homem. Esta é a tarefa mais especificamente missionária que Jesus confiou e continua todos os dias a confiar à Sua Igreja.
A acção dos fiéis leigos, que, aliás, nunca faltou neste campo, aparece hoje cada vez mais necessária e preciosa. Na verdade, a ordem do Senhor « Ide por todo o mundo » continua a encontrar muitos leigos generosos, prontos a deixar o seu ambiente de vida, o seu trabalho, a sua região ou pátria, para ir, ao menos por um certo tempo, para zonas de missão.( ...)”http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html
5.

A palavra do Papa João Paulo II deixa transparecer que não parece haver muita diferença entre o dever missionário dos cristãos ditos protestantes e /ou evangélicos e os católicos: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” .

O pregar é imperativo. O como fazer é que tem sido revisto de tempos em tempos e algumas vezes se torna a controvérsia.

Vejamos o que o Papa João Paulo II diz sobre o Cristo e sua relação com o mundo e as pessoas.


4.“Cristo, Redentor do mundo,é o único Mediador entre Deus e os homens e não há outro nome debaixo do céu pelo qual possamos ser salvos (cf.Act 4, 12). Lê-se na Carta aos Efésios: n'Ele « temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que abundantemente derramou sobre nós com plena sabedoria e discernimento (...) segundo o beneplácito que n'Ele de antemão estabelecera, para ser realizado ao completarem-se os tempos » (1, 7-10). Assim Cristo, Filho consubstancial ao Pai, é Aquele que revela o desígnio de Deus relativo a toda a criação, e de modo particular sobre o homem”.
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html

5.

“O Verbo Encarnado é, por conseguinte, o cumprimento do anélito presente em todas as religiões da humanidade: este cumprimento é obra de Deus e ultrapassa toda a expectativa humana. É mistério de graça.
Em Cristo, a religião deixa de ser um « procurar Deus como que às apalpadelas » (cf. Act 17, 27), para se tornar resposta de fé a Deus que Se revela: resposta na qual o homem fala a Deus como seu Criador e Pai; resposta feita possível por aquele Homem único, que ao mesmo tempo é o Verbo consubstancial ao Pai, no qual Deus fala a cada homem, e cada homem se torna capaz de responder a Deus. Mais ainda, nesse Homem responde a Deus a criação inteira. Jesus Cristo é o novo início de tudo: tudo n'Ele se reencontra, é acolhido e reconduzido ao Criador de Quem teve origem. Deste modo,Cristo é o cumprimento do anélito de todas as religiões do mundo, constituindo por isso mesmo o seu único e definitivo ponto de chegada. Se por um lado Deus em Cristo fala de Si à humanidade, por outro, no mesmo Cristo, a humanidade inteira e toda a criação falam de si a Deus — melhor, dão-se a Deus. Assim, tudo volta ao seu princípio.”
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_10111994_tertio-millennio-adveniente_po.html


Seguem agora alguns trechos do documento do sínodo de oceania ao qual o Papa se refere varias vezes.

8 oceania http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_20011122_ecclesia-in-oceania_po.html

“(..) Só aceitando Jesus Cristo como Caminho é que os povos da Oceânia poderão encontrar aquilo por que agora aspiram e lutam. O caminho de Cristo não se pode percorrer sem um ardente sentido da missão; e o centro da missão da Igreja é proclamar Jesus Cristo como a Verdade viva - uma verdade revelada, uma verdade explicada, compreendida e acolhida na fé, uma verdade transmitida às novas gerações.(...)”

Podemos perceber através da exortação Papal que o centro da missão da Igreja Católica é o anuncio do Cristo como o redentor do mundo. O anúncio tem uma expectativa; a de aceitação e acolhimento por parte de quem ouve. Por isso não se pode dissociar a pregação dos efeitos que ela provoca, senão seria um contra senso pregar ou trabalhar pelo Reino. Se Alguma organização católica afirmar que não existe necessidade de evangelização ou conversão estará contrariando uma lei interna de sua própria igreja e de suas autoridades."

Como os católicos deveriam pregar ? Este assunto realmente é um dos que suscita muitas discussões. Sobre as diretrizes definidas neste sínodo o Papa ainda afirma

“(...)Viver o Evangelho servindo a pessoa e a sociedade
36. Ao anunciar e ao acolher o Evangelho na força do Espírito, a Igreja torna-se comunidade evangelizada e evangelizadora e, precisamente por isso,(...) , o Reino é fonte de libertação plena e de salvação total para os homens: com estes, portanto, a Igreja caminha e vive, real e intimamente solidária com a sua história.
Tendo recebido o encargo de manifestar ao mundo o mistério de Deus, que brilha em Jesus Cristo, ao mesmo tempo, a Igreja descobre o homem ao homem, esclarece-o acerca do sentido da sua existência, abre-o à verdade total acerca dele e do seu destino (...)”

Desta maneira o sumo pontífice católico define que todos os serviços que a Igreja presta ( sejam quais forem ) tem o objetivo de que o homem venha a conhecer a Jesus Cristo. Sem isto a Igreja perde seu significado. Não existe portanto uma ação social eclesiástica isenta de algum pré conceito. A ação tem alguma fundamentação seja ela antropológica ou teológica. No caso da Igreja ela é antes de tudo teológica. Claro que a pregação da fé ocorre em meio a cultura.

Vejamos como o artigo Occeania muitas vezes referido pelo Papa nesta carta trata sobre as relações da cultura e a Igreja e com a Igreja deveria se comportar em relação a cultura na evangelização.

“EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL ECCLESIA IN OCEANIA DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS AOS CONSAGRADOS E CONSAGRADAS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE JESUS CRISTO E OS POVOS DA OCEÂNIA SEGUINDO O SEU CAMINHO PROCLAMANDO A SUA VERDADE E VIVENDO A SUA ViDA
(...)

MISSÃO E CULTURA

7.Desde o século XVI, quando os primeiros missionários estrangeiros chegaram à Oceânia, os povos insulares ouviram e acolheram o Evangelho de Jesus Cristo. Entre aqueles que deram início ou continuidade à obra missionária, houve santos e mártires, que constituem não só a maior glória do passado da Igreja na Oceânia, mas também a mais segura fonte de esperança para o futuro.(...)
Quando os missionários levaram pela primeira vez o Evangelho aos aborígenes, aos maoris, e restantes nações insulares, encontraram povos que já possuíam um antigo e profundo sentido do sagrado. As práticas e os ritos religiosos constituíam parte integrante da vida quotidiana e permeavam totalmente as suas culturas. Os missionários levaram a verdade do Evangelho que não é alheia a ninguém; mas, por vezes, alguns procuraram impor elementos que eram culturalmente estranhos àqueles povos. Agora há necessidade de um cuidadoso discernimento para ver o que pertence ao Evangelho e aquilo que não lhe pertence, o que é essencial e aquilo que não chega a sê-lo. Uma tal tarefa - há que admiti-lo - tornou-se ainda mais difícil por causa do processo de colonização e modernização que tem ofuscado a fronteira entre o que é autóctone e importado. (...)
(...)A variedade cultural da Oceânia não está imune do processo mundial de modernização com os seus efeitos positivos e negativos. Sem dúvida que os tempos modernos têm dado novo e maior realce a valores humanos positivos como, por exemplo, o respeito pelos direitos inalienáveis da pessoa, a introdução de métodos democráticos na administração e no governo, a recusa da pobreza estrutural como condição imutável, a rejeição do terrorismo, da tortura e da violência como instrumentos de viragem política, o direito à educação, cuidados sanitários e habitação para todos. Tais valores, frequentemente enraizados no cristianismo ainda que não explicitamente, têm exercido uma benéfica influência na Oceânia, e a Igreja não pode deixar de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para favorecê-los. (...)”
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_30121988_christifideles-laici_po.html
(...)
“Tem-se dito que o nosso é o tempo dos « humanismos »: uns, pela sua matriz ateia e secularista, acabam paradoxalmente por mortificar e anular o homem; outros humanismos, invés, exaltam-no até ao ponto de atingirem formas de verdadeira e própria idolatria, outros, enfim, reconhecem justamente a grandeza e a miséria do homem, exprimindo, defendendo e favorecendo a sua dignidade integral.(...)”

(...)
“Venerar o inviolável direito à vida
38. O reconhecimento efectivo da dignidade pessoal de cada ser humano exige o respeito, a defesa e a promoção dos direitos da pessoa humana. Trata-se de direitos naturais, universais e invioláveis: ninguém, nem o indivíduo, nem o grupo, nem a autoridade, nem o Estado, pode modificar e muito menos eliminar esses direitos que emanam do próprio Deus.”
(...) (...)

O Concílio Vaticano II afirma abertamente: “« Tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e de jovens; e também as condições degradantes de trabalho, em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis; todas estas coisas e outras semelhantes são, sem dúvida, infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que as padecem, e ofendem gravemente a honra devida ao Criador».(137)”http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_30121988_christifideles-laici_po.html
(...)

O PAPA A CONVERSÃO E A METANÓIA


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL ECCLESIA IN AMERICA
DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
AOS CONSAGRADOS E ÀS CONSAGRADAS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS
SOBRE O ENCONTRO COM JESUS CRISTO VIVO CAMINHO PARA A CONVERSÃO,
A COMUNHÃO E A SOLIDARIEDADE NA AMÉRICA
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_22011999_ecclesia-in-america_po.html


“(...)A exortação de Cristo à conversão ecoa nestas palavras do Apóstolo: « Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé » (Rm 13, 11). O encontro com Jesus Cristo vivo leva à conversão.
No Novo Testamento, para falar de conversão é utilizada a palavra metanóia, que significa mudança de mentalidade. Não se trata só de um distinto modo de pensar a nível intelectual, mas da revisão à luz dos critérios evangélicos das próprias convicções vitais. A este respeito, S. Paulo fala de « fé que opera pela caridade » (Gal 5, 6)(...)”

(...)
“A missão ad gentes
74. Jesus Cristo confiou à sua Igreja a missão de evangelizar todas as nações: « Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos tenho mandado » (Mt 28, 19-20). A consciência da universalidade da missão evangelizadora que a Igreja recebeu deve permanecer viva, como aliás o testemunha continuamente a história do Povo de Deus que peregrina na América. A evangelização torna-se mais urgente junto de todos aqueles que, vivendo neste Continente, ainda não conhecem o nome de Jesus, o único nome dado aos homens para se salvarem (cf. At 4, 12). Infelizmente, este nome é desconhecido por larga parte da humanidade e em muitos ambientes da sociedade americana. Basta pensar nas etnias indígenas ainda não cristianizadas ou na presença de religiões não cristãs tais como o Islamismo, o Budismo, o Induísmo, sobretudo entre os imigrantes vindos da Ásia.
Isto obriga a Igreja na América a permanecer disponível para a missão ad gentes. (288) O programa de uma nova evangelização no Continente, objetivo de muitos projetos pastorais, não pode limitar-se a revitalizar a fé dos crentes habituais, mas deve também procurar anunciar Cristo nos ambientes onde Ele é desconhecido.(...)”


O documento missão ad gentes do qual o papa fala é

DECRETO AD GENTES SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19651207_ad-gentes_po.html

PROÉMIO
“A vocação missionária da Igreja
1. A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser «sacramento universal de salvação», (1) por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador (2), procura incansàvelmente anunciar o Evangelho a todos os homens. Já os próprios Apóstolos em que a Igreja se alicerça, seguindo o exemplo de Cristo, «pregaram a palavra da verdade e geraram as igrejas» (3). Aos seus sucessores compete perpetuar esta obra, para que «a palavra de Deus se propague ràpidamente e seja glorificada (2 Tess. 3,1), e o reino de Deus seja pregado e estabelecido em toda a terra.”

(...)
“O nome de «missões» dá-se geralmente àquelas actividades características com que os pregoeiros do Evangelho, indo pelo mundo inteiro enviados pela Igreja, realizam o encargo de pregar o Evangelho e de implantar a mesma Igreja entre os povos ou grupos que ainda não crêem em Cristo. Essas «missões» são levadas a efeito pela actividade missionária e exercem-se ordinàriamente em certos territórios reconhecidos pela Santa Sé. O fim próprio desta actividade missionária é a evangelização e a implantação da Igreja nos povos ou grupos em que ainda não está radicada (34).(...) a fim de que os homens, uma vez renascidos pela palavra de Deus, fossem agregados pelo Baptismo à Igreja, a qual, como corpo do Verbo encarnado, se nutre e vive da palavra de Deus e do pão eucarístico.
Nesta actividade missionária da Igreja dão-se, por vezes, simultâneamente, situações diversas: a de começo ou implantação, primeiro, e a de crescimento ou juventude, depois. Ultrapassadas estas etapas, não acaba, contudo, a acção missionária da Igreja, mas é às igrejas particulares já constituídas que incumbe o dever de a continuar pregando o Evangelho a todos aqueles que ainda tenham ficado de fora. (...)”
(...)
Actividade missionária da Igreja: suas causas e necessidades
“7. A razão desta actividade missionária vem da vontade de Deus, que «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Ora há um só Deus, e um só que é mediador de Deus e dos homens, o homem Cristo Jesus, que se deu a si mesmo como preço de resgate por todos» (l Tim. 2, 4-6), «e não há salvação em nenhum outro» (Act. 4,12). Portanto, é preciso que todos se convertam a Cristo conhecido pela pregação da Igreja e que sejam incorporados, pelo Baptismo, a Ele e à Igreja, seu corpo.(...)”

(...)
“Cristo e a Igreja que d'Ele dá testemunho pela pregação evangélica, transcendem todos os particularismos de estirpe ou de nação e, por isso, não podem ser considerados estranhos a ninguém e em nenhuma parte (44). É próprio Cristo é aquela verdade e aquele caminho que a pregação evangélica a todos abre ao levar aos ouvidos de todos as palavras que Ele mesmo disse: «Arrependei-vos e crede no Evangelho» (Mc. 1,15). Porém, como quem não crê já está julgado (45), (...) «porque todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus» (Rom. 3,23). Por si mesmo e por próprias forças não há ninguém que se liberte do pecado e se eleve acima de si mesmo, ninguém absolutamente que se liberte a si mesmo da sua enfermidade, da sua solidão ou da sua escravidão (46), mas todos precisam de Cristo como modelo, mestre, libertador, salvador, vivificador. De facto, na história humana, mesmo sob o ponto de vista temporal, o Evangelho foi um fermento de liberdade e de progresso e apresenta-se sempre como fermento de fraternidade, de unidade e de paz. Não é sem razão, por isso, que Cristo é celebrado pelos fiéis como «o esperado das nações e o seu salvador» (47).(...)”
(...)


Presença da caridade
“Efectivamente, a caridade cristã a todos se estende sem discriminação de raça, condição social ou religião; não espera qualquer lucro ou agradecimento.(...) Trabalhem e colaborem os cristãos com todos os outros na recta ordenação dos problemas económicas e sociais.(...) Intimamente unidos com os homens na vida e no trabalho, os discípulos de Cristo esperam oferecer-lhes o verdadeiro testemunho de Cristo e trabalhar na salvação deles, (...)Assim, os homens são auxiliados na aquisição da salvação pela caridade para com Deus e para com o próximo, e começa a brilhar o mistério de Cristo, no qual apareceu o homem novo que foi criado segundo Deus, (cfr. Ef. 4,24), e no qual se revela a caridade divina”
(…)

“CAPÍTULO IV OS MISSIONÁRIOS
A vocação missionária
23. Embora a todo o discípulo de Cristo incumba a obrigação de difundir a fé conforme as suas possibilidades(1), Cristo Senhor chama sempre dentre os discípulos os que Ele quer para estarem com Ele e os enviar a evangelizar os povos(...)
Anunciando o Evangelho aos povos, dê a conhecer confiadamente o mistério de Cristo, do qual é legado, de maneira que ouse falar d'Ele como convém (9), não se envergonhando do escândalo da cruz. (...)
Formação doutrinal e apostólica
26. Os que forem enviados aos diversos povos, como bons ministros de Cristo, devem ser alimentados «com a palavra da fé e da boa doutrina» (1 Tim. 4,6), a qual haurirão primeiramente na Sagrada Escritura, perscrutando o mistério de Cristo, de quem serão arautos e testemunhas. (...)
Ao futuro missionário importa sumamente que se aplique aos estudos missiológicos, isto é, a conhecer a doutrina e as normas da Igreja em matéria de actividade missionária, a informar-se sobre os caminhos percorridos pelos arautos do Evangelho, ao longo dos séculos, como também sobre a condição presente das missões e sobre os métodos considerados hoje mais eficazes (23).(...)”
CAPÍTULO V
“A ORGANIZAÇÃO DA ACTIVIDADE MISSIONÁRIA
Introdução: sua necessidade(...)
Organização geral
29. O cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da terra pertence, antes de mais, ao corpo episcopal (6); por isso, o Sínodo episcopal ou «Conselho permanente de Bispos para toda a Igreja» (7), entre os assuntos de importância geral (8), deve atender de modo especial à actividade missionária, que é a principal e a mais sagrada da Igreja (9).
Para todas as missões e para toda a actividade missionária, haja um só dicastério competente, a saber, a Congregação de «Propaganda Fide», que orientará e coordenará, em todo o mundo, tanto a actividade como a cooperação missionária, ressalvando-se, contudo, o direito das Igrejas orientais 1°. (...)
Todos estes, que hão-de ser convocados em datas fixas, exerçam, sob a autoridade do Sumo Pontífice, a suprema orientação de toda a obra missionária.
Esteja à disposição deste dicastério um grupo permanente de consultores peritos, de reconhecida ciência e experiência, aos quais pertence, entre outras coisas, reunir uma informação oportuna sobre as condições locais das várias regiões, a mentalidade dos diferentes grupos humanos, os métodos de evangelização a empregar, e propor conclusões cientificamente fundadas para a cooperação missionária. (...)
Organização local das missões
30. Para que, no exercício da obra missionária, se atinjam os fins e os resultados, devem todos os operários missionários ter um «só coração e uma só alma» (Act. 4,32). (...)
CAPÍTULO VI
A COOPERAÇÃO
Introdução. Consciência da responsabilidade
35. Dado que a Igreja é toda ela missionária, e a obra da evangelização é um dever fundamental do Povo de Deus, o sagrado Concílio exorta todos a uma profunda renovação interior, para que tomem viva consciência das próprias responsabilidades na difusão do Evangelho e assumam a parte que lhes compete na obra missionária junto dos gentios. (...)
Roma, 7 de Dezembro de 1965
PAPA PAULO VI

Gostaria agora de citar um artigo que li na época no Globo escrito pelo cardeal Dom Eugenio Sales.

“Mensagem do Cardeal D. Eugênio de Araújo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro 11/01/2002
Em favor dos indígenas
(...) Além do mais, sempre ter em mente o objetivo primordial da Igreja, que é proclamar a mensagem de Cristo a todos os povos. Influenciados por ideologias e concepções contrárias à nossa Fé, não raro, leigos, e mesmo, sacerdotes, julgam a instituição fundada por Cristo como se fosse primordialmente uma entidade para defender o bem-estar temporal. A missão fundamental é anunciar Cristo e, como decorrência, resolver problemas sociais.
Assim, em nossos dias, ao tratar da causa indígena, precisam ser explicitadas em qualquer publicação católica sobre o tema, as normas dadas pelo Concílio Vaticano II, as diretrizes das Assembléias do CELAM no Rio de Janeiro, Medellín, Puebla, Santo Domingo e também no Sínodo da América, para falar apenas dos tempos modernos. Nós, brasileiros, não podemos estar ausentes às determinações do Santo Padre, em suas visitas ao Brasil e ao texto do Episcopado Nacional, em Porto Seguro, incluindo a palavra do Legado Pontifício. Para os católicos, qualquer documento, publicação, mesmo de autoria de eclesiásticos, que não respeite os critérios dados pelo Magistério ou que a eles se opõe, não pode ser tomado em consideração. Sem dúvida alguma, nossa fidelidade a Jesus Cristo nos leva a manter absoluta coerência com nossas atitudes, no que se refere ao assunto da promoção dos índios.
Jamais um católico ou movimento de Igreja poderá afirmar que os silvícolas devem preservar valores que estejam em contradição com a Boa Nova ou omitir o anúncio explícito do Evangelho, pelo qual os missionários, desde a descoberta do Continente Americano, empenharam sua própria vida.
Qualquer atividade eclesial junto aos aborígines deve estar profundamente marcada pela proposta explícita do Evangelho de Jesus Cristo. Isto não significa ferir a liberdade de quem recebe, pois uma coisa é impor e outra, propor. A Doutrina da Igreja está claramente contida na Exortação Apostólica “Ecclesia in América”, quando diz (nº 13): “Toda a Igreja é missionária, porque a atividade missionária (...) é uma parte integrante de sua vocação”. E, ao tratar da inculturação,: “Há alguns valores culturais que devem ser transformados e purificados, se se deseja que encontrem lugar numa genuína cultura cristã” (nº 16)Não pregar explicitamente Jesus Cristo aos índios que ainda não O conhecem, é uma traição ao Evangelho, à Igreja, e ao próprio silvícola. Diz o “Ecclesia in Oceania” (nº 18): “Todos têm o direito de ouvir a Boa Nova, pelo que os cristãos têm a obrigação grave de a comunicar”. E adiante: “Cada cultura necessita de ser purificada e transformada pelos valores revelados pelo Mistério Pascal de Cristo” Por isso, uma doutrina, opinião e atitude que faça restrição a essa clara diretriz da Igreja, não pode ter guarida no ambiente católico. Qualquer que seja a tentativa de justificação, deve ser liminarmente rejeitada, sequer conservado o título de católico. O Concílio Vaticano II (“Nostra Aetate”, 2) é peremptório: A Igreja “anuncia e é obrigada a anunciar o Cristo, que é “caminho, verdade e vida” (Jo, 14,6), no qual os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou em si todas as coisas”.(...)”

Seria necessário acrescentar mais alguma coisa? Percebe-se que os objetivos das Igrejas evangélicas se confundem com os da católica; evangelizar. Ora se a o que a Igreja Católica define sobre missão e cultura? Segue o estudo oficial da Igreja declarado em seus documentos oficiais ( porque determinam sua real doutrina) escrito pelo seu sumo pontífice.
E finalmente o Papa em seu discurso aos ìndios em Manaus o sumo pontífice Católico afirmou

VIAGEM APOSTÓLICA AO BRASIL DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
AOS INDIOS DA AMAZÔNIA
Manaus, 10 de julho de 1980

(...) O que lhes vou dizer? Que lhes posso dizer? Começo por repetir o que talvez já tenham ouvido dizer aqui pelos seus amigos missionários: que a Igreja e o Papa vos estimam, estimam muito por aquilo que vocês são e por aquilo que vocês representam. Vocês representam pessoas humanas e “chamados a ser de Jesus Cristo”, vocês representam também os filhos de Deus. A Igreja procura dedicar-se hoje a vocês como se dedicou desde a descoberta do Brasil a vossos antepassados.(...)

DISCURSO AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA DA
PONTIFÍCIA COMISSÃO PARA A AMÉRICA LATINA
Sexta-feira, 23 de Março de 2001
“(...)A respeito disto, sabeis bem como é importante a presença dos evangelizadores, pois onde actuam sacerdotes, religiosos, religiosas ou leigos dedicados ao apostolado, as seitas não prosperam. A fé, mesmo sendo um dom de Deus, não surge nem se mantém sem a mediação dos evangelizadores.(...)”

Finalmente Bento XVI

“Entre os problemas que afligem a vossa solicitude pastoral está, sem dúvida, a questão dos católicos que abandonam a vida eclesial. Parece claro que a causa principal, dentre outras, deste problema, possa ser atribuída à falta de uma evangelização em que Cristo e a sua Igreja estejam no centro de toda explanação. As pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas - que é motivo de justa preocupação – e incapazes de resistir às investidas do agnosticismo, do relativismo e do laicismo são geralmente os batizados não suficientemente evangelizados, facilmente influenciáveis porque possuem uma fé fragilizada e, por vezes, confusa, vacilante e ingênua, embora conservem uma religiosidade inata.(...) Trata-se efetivamente de não poupar esforços na busca dos católicos afastados e daqueles que pouco ou nada conhecem sobre Jesus Cristo, através de uma pastoral da acolhida que os ajude a sentir a Igreja como lugar privilegiado do encontro com Deus e mediante um itinerário catequético permanente.” http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/may/documents/hf_ben-xvi_spe_20070511_bishops-brazil_po.html


O VATICANO E RESPOSTAS A QUESTÕES RELATIVAS A ALGUNS ASPECTOS
DA DOUTRINA SOBRE A IGREJA

Segunda questão: Como deve entender-se a afirmação de que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja católica?
Resposta: Cristo "constituiu sobre a terra" uma única Igreja e instituiu-a como "grupo visível e comunidade espiritual"[5], que desde a sua origem e no curso da história sempre existe e existirá, e na qual só permaneceram e permanecerão todos os elementos por Ele instituídos[6]. "Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo professamos como sendo una, santa, católica e apostólica […]. Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele"[7].


Por que razão os textos do Concílio e do subsequente Magistério não atribuem o título de "Igreja" às comunidades cristãs nascidas da Reforma do século XVI?
Resposta: Porque, segundo a doutrina católica, tais comunidades não têm a sucessão apostólica no sacramento da Ordem e, por isso, estão privadas de um elemento essencial constitutivo da Igreja. Ditas comunidades eclesiais que, sobretudo pela falta do sacerdócio sacramental, não conservam a genuína e íntegra substância do Mistério eucarístico[19], não podem, segundo a doutrina católica, ser chamadas "Igrejas" em sentido próprio[20].

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20070629_responsa-quaestiones_po.html

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

H1N1

Saúde publica no Brasil às vezes parece "conversa pra boi dormir". Depois de trabalhar mais de 13 anos como médico missionário em diversos lugares do Brasil muitas vezes, sou obrigado a concordar que as políticas de saúde no Brasil muitas vezes não são compatíveis com as de um país sério.

A Gripe suína foi deflagrada durante um dos períodos mais conturbados dos últimos anos da economia mundial. Nos dias de hoje precisa-se de achar um bode expiatório que se possa culpar pelas mazelas e desgraças do mundo. No Brasil apesar do otimismo ainda não alcançamos o famoso milagre econômico de Lula alias baseado no crescimento vertiginoso da Petrobrás e algumas outras comodities. Além disso a "marolinha" acabou se tornando uma onda de respeitável expressão.

Nos últimos anos o “inimigo numero um” do país na área de saúde pública tem sido a "Dona Dengue". Todo o frenesi em combater a epidemia ou endemia de Dengue na verdade tem como fantasma uma inimiga tradicional e ainda mais perigosa doença; a febre amarela que é transmitida pelo mesmo inseto vetor o Aedes Egypit. O surgimento de casos de febre amarela em alguns lugares do Sul do Brasil, gerando um princípio de pânico de uma epidemia nacional que foi contornada sabe-se como. A verdade é que a Dengue tem matado anualmente milhares de pessoas todos os anos em todo o Brasil e o governo não toma atitudes realmente concretas para controlar.

A atitude em relação à Dengue foi medicalizar a epidemia, de forma a atrair a atenção da já cansada opinião pública para a processo de atenção a saúde ao invés de focar-se onde deveria; na promoção da saúde insuficiente por parte de sucessivos governos. Culpam-se os hospitais, as emergências , os “médicos despreparados” e “falta de recursos” para o tratamento , quando o que deveria estar se discutindo em profundidade é , saneamento básico , condições de moradias, cultura popular , educação etc... O Brasil já teve 2/3 dos casos de Dengue de toda as Américas segundo dados da OMS.(1 )

A Dengue mata mais que o tolerável pela OMS.

Agora nos últimos dias a não menos perigosa e fatal gripe aviária entrou em cena. Desta vez uma vedete de cunho internacional aterrorizante com sotaque espanhol. Imediatamente o gabinete da presidência libera uma medida provisória para aumentar a vigilância dos portos do Brasil em 141 milhões de reais (3) (fato bem recebido pela academia médica) demonstrando que se tornou uma prioridade na agenda presidencial e nacional da Câmara.Naturalmente que como médico gostaria que muito mais do que os milhões que foram liberados de imediato para conter a entrada e disseminação da gripe H1N1 no Brasil houvesse uma política de saúde consistente com o crescimento econômico deste país alcançado com o crescimento do PIB nos últimos anos através de medidas sérias por exemplo para conter a Dengue em forma de vigilância epidemiológica maior além de, é claro,fomentar pesquisa e educação.

O que podem ter em comum a cobertura exarcebada das epidemias pela mídia?

Ao caçar um inimigo “numero um” para elimina-lo, desvia-se o foco da Imprensa de assuntos importantes e absolutamente indispensáveis e de interesse da maioria, tais quais a reforma tributária ( de uma das maiores cargas tributárias do mundo), a reforma da previdência social que está afetada e em risco devido ao aumento da expectativa de vida dos(as) brasileiros(as).

A ultima grande dificuldade de saúde pública recente que colocou no foco das câmeras na saúde pública brasileira, foi o episodio da Funasa (4). A Funasa é absolutamente a única organização diretamente responsável pela saúde indígena no Brasil. Aliás
Definido nas leis do Brasil. O grito de pedido de ajuda das comunidades indígenas tanto em Brasília como em outros locais apenas demonstra a incapacidade gerencial e má vontade política em relação a saúde dos indígenas no Brasil.


Logo voltamos ao caso da gripe suína. Casos registrados e acompanhados diretamente um a um diretamente pelo ministro da saúde com relatórios dos progressos e da contenção da progressão da doença que se transmite de forma muito mais fácil que a Dengue demonstra que quando se deseja algum resultado político imediato há de se iniciar a partir de uma vontade política. (5)

Infelizmente a experiência comprova que muitos dos políticos que atualmente estão em mandato ativo estão "se lixando para a opinião pública".

Referências:

1- http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dengue-dois-tercos-dos-casos-nas-americas-ocorreram-no-brasil,148654,0.htm
2- http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/05/16/dengue+mata+mais+no+brasil+que+o+tolerado+pela+oms+6162914.html

3- http://www.estadao.com.br/noticias/geral,governo-deve-liberar-r-141-mi-para-acoes-contra-gripe,365327,0.htm


4- http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/indios-invadem-predio-funasa-centro-sao-paulo-468211.shtml


5- http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=43038

H1N1

Saúde publica no Brasil às vezes parece "conversa pra boi dormir". Depois de trabalhar mais de 13 anos como médico missionário em diversos lugares do Brasil muitas vezes, sou obrigado a concordar que as políticas de saúde no Brasil muitas vezes não são compatíveis com as de um país sério.

A Gripe suína foi deflagrada durante um dos períodos mais conturbados dos últimos anos da economia mundial. Nos dias de hoje precisa-se de achar um bode expiatório que se possa culpar pelas mazelas e desgraças do mundo. No Brasil apesar do otimismo ainda não alcançamos o famoso milagre econômico de Lula alias baseado no crescimento vertiginoso da Petrobrás e algumas outras comodities. Além disso a "marolinha" acabou se tornando uma onda de respeitável expressão.

Nos últimos anos o “inimigo numero um” do país na área de saúde pública tem sido a "Dona Dengue". Todo o frenesi em combater a epidemia ou endemia de Dengue na verdade tem como fantasma uma inimiga tradicional e ainda mais perigosa doença; a febre amarela que é transmitida pelo mesmo inseto vetor o Aedes Egypit. O surgimento de casos de febre amarela em alguns lugares do Sul do Brasil, gerando um princípio de pânico de uma epidemia nacional que foi contornada sabe-se como. A verdade é que a Dengue tem matado anualmente milhares de pessoas todos os anos em todo o Brasil e o governo não toma atitudes realmente concretas para controlar.

A atitude em relação à Dengue foi medicalizar a epidemia, de forma a atrair a atenção da já cansada opinião pública para a processo de atenção a saúde ao invés de focar-se onde deveria; na promoção da saúde insuficiente por parte de sucessivos governos. Culpam-se os hospitais, as emergências , os “médicos despreparados” e “falta de recursos” para o tratamento , quando o que deveria estar se discutindo em profundidade é , saneamento básico , condições de moradias, cultura popular , educação etc... O Brasil já teve 2/3 dos casos de Dengue de toda as Américas segundo dados da OMS.(1 )

A Dengue mata mais que o tolerável pela OMS.

Agora nos últimos dias a não menos perigosa e fatal gripe aviária entrou em cena. Desta vez uma vedete de cunho internacional aterrorizante com sotaque espanhol. Imediatamente o gabinete da presidência libera uma medida provisória para aumentar a vigilância dos portos do Brasil em 141 milhões de reais (3) (fato bem recebido pela academia médica) demonstrando que se tornou uma prioridade na agenda presidencial e nacional da Câmara.Naturalmente que como médico gostaria que muito mais do que os milhões que foram liberados de imediato para conter a entrada e disseminação da gripe H1N1 no Brasil houvesse uma política de saúde consistente com o crescimento econômico deste país alcançado com o crescimento do PIB nos últimos anos através de medidas sérias por exemplo para conter a Dengue em forma de vigilância epidemiológica maior além de, é claro,fomentar pesquisa e educação.

O que podem ter em comum a cobertura exarcebada das epidemias pela mídia?

Ao caçar um inimigo “numero um” para elimina-lo, desvia-se o foco da Imprensa de assuntos importantes e absolutamente indispensáveis e de interesse da maioria, tais quais a reforma tributária ( de uma das maiores cargas tributárias do mundo), a reforma da previdência social que está afetada e em risco devido ao aumento da expectativa de vida dos(as) brasileiros(as).

A ultima grande dificuldade de saúde pública recente que colocou no foco das câmeras na saúde pública brasileira, foi o episodio da Funasa (4). A Funasa é absolutamente a única organização diretamente responsável pela saúde indígena no Brasil. Aliás
Definido nas leis do Brasil. O grito de pedido de ajuda das comunidades indígenas tanto em Brasília como em outros locais apenas demonstra a incapacidade gerencial e má vontade política em relação a saúde dos indígenas no Brasil.


Logo voltamos ao caso da gripe suína. Casos registrados e acompanhados diretamente um a um diretamente pelo ministro da saúde com relatórios dos progressos e da contenção da progressão da doença que se transmite de forma muito mais fácil que a Dengue demonstra que quando se deseja algum resultado político imediato há de se iniciar a partir de uma vontade política. (5)

Infelizmente a experiência comprova que muitos dos políticos que atualmente estão em mandato ativo estão "se lixando para a opinião pública".

Referências:

1- http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dengue-dois-tercos-dos-casos-nas-americas-ocorreram-no-brasil,148654,0.htm
2- http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/05/16/dengue+mata+mais+no+brasil+que+o+tolerado+pela+oms+6162914.html

3- http://www.estadao.com.br/noticias/geral,governo-deve-liberar-r-141-mi-para-acoes-contra-gripe,365327,0.htm


4- http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/indios-invadem-predio-funasa-centro-sao-paulo-468211.shtml


5- http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=43038

sábado, 15 de agosto de 2009

Ecumenismo


Portanto, estamos deixando de participar de organismos ecumênicos aos quais a Igreja Católica está vinculada oficialmente, por entendermos que ainda não foi possível um acordo. Nosso relacionamento se dará no dia a dia de modo interpessoal e no atendimento às demandas comunitárias, respeitando-se as orientações quanto às atitudes a serem observadas no relacionamento com outras igrejas cristãs (conforme os capítulos específicos desta carta quanto ao tema).

Como metodistas, caminharemos fazendo o que Jesus fez, amando todas as pessoas independentes do seu credo religioso, pregando o evangelho, respeitando as diferenças e no que depender de nós viver em paz com todos, e acordando que caminharemos de modo diferente buscando em tudo glorificar "ao único Deus sábio, por meio de Jesus Cristo,pelos séculos dos séculos" (Romanos 16.27).Atual carta do ecumenismo metodista


Epístola para os confessantes

Prezados confessantes.

Paz e bem,

Não sou ecumenista. Afinal não gosto muito de rótulos; Carismático, liberal , esquerda, direita ,progressista, evangelical, fundamentalista, saúde e missão integral, tudo isso me deixa nervoso e isso parece coisa de antropólogos ou sociólogos. Pertenço a uma família de metodistas tradicionais. Afinal meu bisavô foi um dos fundadores da Igreja onde cresci cuja primeira ata da Igreja está assinada por ele; Calixto Hesteinheiter Cople.( Cascadura). Tenho o privilégio de também de “discipular” minhas filhas como quinta geração de metodistas. Minha igreja local era profundamente tradicionalista e depois ficou “avivada”. Minha mocidade foi assim , meio comunista, meio , avivada um tipo assim esquerdista “queimadinho do Espírito”. Cresci na época em que na escola dominical metodista tive uma aula inesquecível; haviam escrito ATOS dos APÒSTOLOS , na forma de foice e machado na capa da revista dos juvenis. Como era na época da ditadura e o desejo de mudança pulsava dentro de mim aquilo era o máximo; jovens sempre têm desejo de buscar algum tipo de revolução,e convenhamos aquilo era “maneiro”... Na minha turma da faculdade tinha até um espião maluco de gravador. Na época de faculdade mantive contato com Arouca, Feghali dentre outros e outras figuras de esquerda. Depois de formado somente tive uma opção profissional; Fui forçado a ser militar e como queria casar aceitei. Fiquei dois anos sendo “doutrinado”. Com certeza eles tinham a minha singular “ficha estudantil”. Ali fui perseguido por um major louco e “de quebra” líder de quimbanda.
(comprovadamente vi seus bonequinhos de vudu na sala cheios de alfinetes espetados).

Esse sou eu; de formação puritana metodista tradicional , temperada com a formação revolucionária da libertação contra a ditadura e mais tarde afetado pelo vento do Espírito de "avivamento metodista carioca" com todos os trejeitos e maneirismos típicos da “galera carioca”. Finalmente me rendi à experiencia intercultural propiciada pela inserção no concílio mundial e ao contato propiciado pelas experiências missionárias ao conhecer diversas realidades “cristãs” e os diferentes “metodistas”pelo mundo afora.

Em 1995 fui para Índia fazer a minha preparação para missão. Uma coisa aprendi na Índia diferente da Globo “aribaba”; a Igreja precisa ser uma e una. Ali em meio a muçulmanos, hindus e outras coisas mais que nem sei dizer entre Dalits e Bramanes ( mais de um milhão de deuses de acordo com as estimativas) aprendi a amar ,no bom sentido, uma freira. Afinal ela usava um cruz de madeira bem grande no seu pescoço e isso era a coisa mais próxima de uma igreja que eu poderia encontrar naquele lugar. Isso bem no início de minha vida missionária que era mais um rótulo pois afinal não somo(as) todos(as) enviados(as)? Ali estava fazendo curso de “saúde integral” TIC. A cada dia que viajava aprendia mais coisas e antevia coisas que viria a descobrir mais tarde. Viajei e conheci lugares e crentes que a grande maioria dos cristãos nem sonha e jamais vai ter possibilidade de conhecer na vida. Conheci e convivi “in locus” com indianos, russos, estonianos, ingleses, franceses, alemães, africanos( moçambicanos), cubanos, costa riquenhos, sul-africanos, que já perdi a conta. Uma coisa eu sei; somos diferentes. Comemos diferente , vestimos diferente, pensamos diferente louvamos diferente. Afinal não dizem por aí que somos o que comemos? Somos o que comemos tanto espiritual como fisicamente.

Experiências? Dentre as centenas, estive em um camelódromo na Rússia e tive que trocar as calças na rua. Incrível? O pior foi que o pastor local e uma jovem estavam juntos comigo. Ficaram em olhando esperando que eu experimentasse a nova calça. Estupefato perguntei se era pra me vestir ao eu em coro disseram “sim, agora”. Eu falei “não consigo tirar a roupa na sua frente”. A jovem revoltada se virou de costas e falou “e agora?”. Mais tarde o diretor da aliança evangélica da Rússia me disse que adorava os Brasileiros, afinal a maior igreja de Moscou era brasileira. Então perguntei alegre qual é? Universal church do you know it? ( Igreja Universal você conhece?) Será que Deus escreveria certo através de linhas tortas? Minhas concepções e pré-conceitos foram caindo cada vez mais e mais na minha caminhada da busca pela unidade. Em Cuba revivi alguns momentos da ditadura brasileira só que em sentido reverso; afinal eu era militante pró-socialismo em alguns movimentos durante a primeira greve da minha universidade que ajudei a liderar enquanto jovem enquanto em Cuba os perseguidos eram os “capitalistas” e os de “direita”. Visitamos locais onde estavam fotos da revolução e dos memoriais das guerrilhas. Em Cuba Castro ainda estava no poder e as pessoas não podiam falar o que pensavam. ( não sei se já podem) silencio , diziam não fale isso ou aquilo outro. Enquanto na igreja de estilo metodista pentecostal sem noção de direita ou esquerda, o Senhor “operava maravilhas” e uma criança de 10 anos aproximadamente pregava para os diversos líderes e bispos mundiais clamando por conversão do coração, ao ponto da nossa irmão Joana Darc perguntar estupefata;que é isso meu bispo?... Um dos militantes de Castro que vivia a nos seguir tentava nos empurrar jornais da revolução com propaganda Estatal. Todos os dias ele nos seguia , provavelmente uma espécie de designação. Naturalmente começou a nos seguir nos cultos que freqüentávamos. Eventualmente perguntou em um dos cultos se poderia seguir a mesma coisa que nós seguíamos. Chorando no ultimo dia pedia , “estimados brasileños no se olvidam de orar para mí . ( queridos brasileiros não se esqueçam de orar por mim).” Ali a palavra ecumenismo não era nem sequer mencionada nem se falava entre “nadie”( ninguém), mas sei que sem unidade espiritual a Igreja Cubana estaria não apenas destruída e sem templos mas também sem crentes.

De volta à Rússia eu estava ministrando um curso de evangelização para pastores e líderes. Uma das grandes necessidades naquele país é de treinamento ( se parece com algo que vocês já ouviram?) Ali por algum motivo se espalhou que o missionário brasileiro poderia curar pessoas ( talvez porque eu seja médico) e todos queriam que eu visitasse suas casas. O SD escolheu uma pastora cujo marido era um bêbado crônico ( infelizmente algo quase rotineiro em muitas casas russas). Eu havia estudo um pouco de russo via internet e sabia começa e terminar uma conversa apesar de não saber se no meio da conversa se tinha vendido a mulher a mãe e doados meus bens para caridade. O fato é que cheguei havia uma tradutora e eu queria ser gentil falava algumas palavras em russo entremeado. Tentei falar de futebol para tentar agradar mas o homem não sabia nada de futebol. Comecei a brincar com uma pequena criança ( que não sabia falar nem russo nem português mas falava a língua das crianças) e brincando o segui e fui parar em um quarto onde estava o pai dela. Falei svinitia ( me desculpe_) ao que me respondeu em claro e perfeito inglês com a voz embargada de alcool , “I know how to speak in english”. ( Eu sei falar em inglês). Levantando-se lentamente caminhou comigo para a sala. Começou a conversar e falar de suas mágoas e tristezas. Era um advogado com doutorado mas dizia “ lei? Pra quê nada vale na Rússia o que vale é o poder” “Ganho a mesma coisa que um porteiro” completou ele. No dia seguinte fui começar o curso e sempre perguntávamos se alguém queria testemunhar alguma coisa. A pastora levantou a mão. Começou a testemunhar o que me parecia meu fim naquele curso. “ convidei o professor par visitar a minha casa porque eu tinha esperança que ele curasse meu marido da bebida. Ficamos conversando até tarde mas nada aconteceu. Nós nem oramos pelo meu marido. Nesse momento eu já me via expulso do curso e as pessoas nem mesmo querendo participar com todo o custo da viagem por nada, mas ela completou “aí no dia seguinte aconteceu a coisa mais estranha do mundo; ao nos encontramos para o café essa manhã pela primeira vez na minha vida meu filho me disse; Deus abençoe mamãe. Logo depois minha Nora também chegou e depois meu marido. Então minha nora disse sabe eu tive um sonho engraçado com aquele brasileiro. Ao que meu marido também falou eu também e minha Bora completou e eu também. Nos despedimos e foram para o trabalho.” No final de semana o marido dela sofreu um acidente fraturou a perna e fomos visitar no hospital. Era feriado e não havia médicos no hospital que tinha o aspecto de uma prisão de alcatraz. Um enfermeira com cara de Hulda me disse que eu não poderia entrar no CTI. Então perguntamos se poderíamos orar ali da porta. Ela com jeito meio desconfiada disse disse carachô. ( tudo bem). Oramos ali mesmo e fomos embora. Na semana seguinte estava no Brasil e o pastor daquela Igreja mais tarde me enviou email dizendo que ele saiu do hospital e parou de beber e começou a freqüentar a Igreja. Ora não foi um tipo de evangelização que eu poderia dizer convencional mas a unidade de oração fez a diferença...

Em Moçambique tive também minhas experiências. Cheguei para dar aulas de ultra-sonografia. Haviam comigo mais dois professores brasileiros. Um de cirurgia plástica e outra de pediatria. Ao chegarmos ali com uma equipe médica composta de brasileiros e norte-americanos concluímos que eles tinham medo dos brasileiros. Afinal nós falávamos uma de suas línguas; o português. No Hospital metodista conhecemos o anestesista técnico de enfermagem Muçulmano e o técnico de enfermagem cirurgião metodista. A maioria das médicas residentes ( somente haviam médicas) não eram cristãs à exceção da irmã da pastora. Na minha primeira aula de ultra-sonografia ao falar sobre Tireóide, o susto; descobri um nódulo em minha tireóide. Aquilo já tinha acabado com minha alegria missionária. Após alguns minutos eu já estava pensando socorro quero fugir daqui... Visitamos diversas comunidades e em uma delas vivemos aquele famoso tipo de de experiência do tipo Indiana Jones onde nos foi oferecido um banquete com carne de Cervo e a cabeça do bicho era a iguaria principal e guardada para o chefe da equipe. Misericórdia ainda bem que havia uma americano com título de chefe...OS profissionais de saúde do hospital nos rejeitavam porque como brasileiros falávamos português diferentemente dos norte-americanos entendíamos os erros ( muitos) que eles cometiam como profissionais. Até que veio o acidente de carro. Certa noite eu estava a visitar a emergência e me deparei com uma cena de filme. Pessoas machucadas e despedaçadas ( esse era o termo correto) após um acidente com uma “chapa” (a maneira como chamam as atuais Vans e peruas porque antigamente eram carros abertos como pickups). Uma criança morta e diversos feridos; eles têm o costume de levar mais de 20 pessoas em uma “chapa quente”. Ali nossa “expertise” como profissionais falou alto e depois de alguns segundos em que eu fiquei estonteado em ver os residentes completamente enlouquecidos , ruminando o que deveria fazer comecei a dar algumas palavras de ordem e começar a ajudar a organizarem sue antedimento de urgência. Logo mandei chamar meus colegas , o cirurgião plástico e a pediatra e começamos uma noite intensa de trabalho. Em conversa com o Bispo Machado e o líder de evangelização de Moçambique comentei sobre a “enorme” Igreja universal que encontrei em Maputo. Ao que me responderam , bem sabemos que eles são diferentes de nós mas entretanto preferimos a algumas outras religiões do norte que atacam pessoas. O combate a malária com o programa de colocação de redes anti-mosquitos transcendia qualquer barreira. Em nenhum momento falamos de ecumenismo mas em outras palavras concordamos que a unidade da Igreja era uma necessidade premente.

Finalmente o caso Estônia. Desde que fui ali naquele pequeno país fiquei estupefato com o contraste entre o centro de Tallin e o interior. Descendentes do Vikings, a capital tem cassinos, locais estilo europa desenvolvida e hotéis que recebem turistas ricos em busca de prazer e negócios. Na realidade naquele país antes dominado pelos russos agora têm que lutar não apenas pale independência econômica mas pela sua libertação cultural. Donos da mais antiga cidade medieval preservada do mundo ( onde o irmão Kaká se perdeu) têm também dos problemas herdados do comunismo russo; vício da vodca. Segundo os(as) irmãos(ãs) da Estonia a bebida ainda é uma das piores pragas daquele povo. Ali começamos a estabelecer um sonho junto ao seminário báltico e à Igreja da Estônia. Temos enviado voluntários jovens em missão desde 2007. Foi um amor a primeira vista. Aos poucos o namoro têm se tornado mais concreto e conseguimos um feito recente neste último projeto. Em conversa com Jorginho da seleção brasileira , pedi como um dos diretores do Médicos de Cristo que ele tivesse uma reunião com os líderes das Igrejas Estonianas. Quem sabe ele poderia ajudar a criar uma associação de atletas cristãos naquele país. A reunião ocorreu e teve a presença do SD Metodista, líder da Aliança Batista, do líder da Igreja Pentecostal e alguns esportistas. Ecumênico? Não mas crendo na unidade do corpo.


Lembro me do I Fórum de AIDS realizado em Poços de Caldas quando falei sobre “AIDS e Evangelização”. Encontrei algumas pessoas da Igreja Batista da Lagoinha e posteriormente fui convidado por eles para ajudar na organização do projeto médico daquela igreja. Mais tarde realizamos na mesma Lagoinha o I CENPS. Congresso Evangélico Nacional de profissional de saúde. Levamos o diretor executivo da associação mundial de médicos cristãos (médico e pastor metodista da Igreja da Africa do Sul) Dr Darryl Hackland estando eu um metodista a frente de um evento na Lagoinha. Luteranos, batistas, congregacionais ,presbiterianos e até um pastor da pastoral metodista do Isabela Hendrix visitaram o congresso dentre outros(as). Ecumênico? O que falar do professor da Universidade Federal Fluminense que chegou no Evangemed como o esposo da enfermeira? Carinhosamente ele se uniu como discípulo e passou a nos seguir sem grandes pretensões. No melhor estilo do discipulado prático ele ficou maravilhado com as atitudes dos médicos cristãos e dos profissionais cristãos “a serviço do povo”. Um dia le me ligou e perguntou, Wilson você acha que eu deveria me batizar? Eu estou com muita vontade de fazer isso e gostaria que você fosse o primeiro a saber. Esse médico já foi para Amazônia , Moçambique e diversas comunidades carentes em todo o Rio de Janeiro. Nunca utilizamos o termo ecumênico, mas a Igreja, o corpo e o Reino são parte de nossa visão e DNA. O que falar das experiências encontradno traficantes e suas armas nas comunidades cariocas?  Na ultima experiência semelhante estávamos em uma Van subindo o morro da providência quando fomos abordados por um homem com uma 12. Aquela foi uma ameaça bem ecumênica. Qualquer denominação naquele momento se torna igual. Assim como os desafios. 

Alguém em alguma mensagem ( não me recordo qual e onde) falou sobre “tomar partido”; Hoje comentei brevemente sobre ecumenismo; mais um dos “ismos” ocidentais. Poderia ter sido qualquer uma das criações de algumas “intelligentsias” cristãs. Da mesma forma poderia ter falado de qualquer fundamentalismo, pentecostalismo, flamenguismo e blablabla-ismos e sistemas possíveis e imaginários. No final os rótulos de “unidade” acabam trazendo divisão no corpo, não digo apenas o ecumenismo, mas todas os “generalismos” e rótulos com os quais tais quais seres humanos acabamos por nos acostumar . Muitas vezes fico a me perguntar qual seria a melhor definição para minha postura cristã? Metodismo? Confessionalismo? Bem, ao comparar minha religiosidade e minha cosmovisão percebo que estou longe dos Wesleys. Não tenho a inocente pretensão de tentar comparar minha Igreja atual com a anglicaníssima ( perdoem-me o neologismo) realidade de Wesley.

Sei que muitos vão achar estranhas as palavras aqui escritas. Alguns nem vão aceitar. Afinal o papel e o computador aceitam qualquer palavra mas a mente não. Quer gostemos ou não o mundo dos seres humanos e sua realidade na final são construídos por conceitos e eles por palavras. Sem palavras não haveria pensamentos ou conceitos, sem palavras não haveria tempo ou cultura. Sem palavras não haveria a Igreja cristã. ( como disse Freire o ser humano é o único ser com noção do tempo). Sem palavras não haveria tempo nem história. ( os animais são a-históricos segundo Freire). Em suma sem palavras não haveria humanidade e não existiríamos aqui nessa conversa.

Assim se me permitem uma “forçação de barra” espiritual;

No princípio era o verbo ( palavra- Logos), e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós” Desde então este Logos -Verbo tem sido traduzido interpretado, reinterpretado teologizado e desconstruído entre nós.

.Ouçamos o que o "Espírito diz para a Igreja"...Maranata Vem Senhor Jesus”...

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