http://bioeticaefecrista.blogspot.com.br/2015/10/criancas-e-adolescentes-indigenas-em.html
A ética dialética relativista praticada pelos que discutiram o assunto acima foram indiscutivelmente organizadas a partir da ótica da "ética do dominador imperialista ocidental".
Isso me remeteu até mesmo às preconceituosas antropologias evolucionistas , quando "nós" sabedores de tudo ocidentais discutíamos a incapacidade de etnias silvícolas ("eles") discutirem seus destinos (porque nunca sequer refletiram sobre questões filosóficas pela ótica , por exemplo fenomenológica, ou que sequer possam ter noção do que significa "epistemologia").
Discute-se no texto a intervenção dos "dominadores" a partir de um dualismo, seja a partir de uma intervenção direta na forma de uma normativa (PL 1057-7 de 2007) ou de seu contraponto pretensamente de "não dominação " relativista ( a partir de Holanda e seu relativismo aberto versus o chamado absolutismo moral). Percebe-se no final infelizmente quer queiramos ou não, o destino das pessoas debaixo desta "dominação" e serão influenciados de uma forma ou de outra não importa a atitude que tomemos diante do fato.
Vou agora colocar uma questão intercultural levantando uma incômoda questão abandonada pela mídia devido aos recentes escândalos políticos que inundam a midia: a questão da cracolândia , comunidade que é subproduto da "evolução natural" da espécie humana , Homo Sapiens ocidental no Brasil. Vamos discutir essa questão em paralelo a partir do conceito antropológico de vulnerabilidade de uma comunidade ( usado no texto como chave hermenêutica conceitual no texto sobre as etnias indígenas).
Qualquer pessoa que não seja do grupo da cracolândia, percebe que "eles" participam de algum tipo particular de subcultura ocidental apesar de os reconhecermos como "seres humanos" enquanto espécie genètica. A partir da dependência da droga,os valores, conceitos, objetivos de vida e prioridades mudam. Não é difícil que todos os visitantes à esta subcultura, concordem também que parte de sua vulnerabilidade (e muitas vezes a incapacidade de autogestão) advém do abuso das drogas. Devido a incapacidade de auto gestão ou "autonomia" ( no sentido antropológico ganha a conotação de lei própria e capacidade de gerir sua própria vida) por parte da coletividade de uma cracolândia , existe uma percepção da sociedade quer seja científica quer seja leiga de que de exista a necessidade de intervênção externa.
Vemos no texto:
"é do contexto das transformações internas próprias do dinamismo e das pressões externas advindas do contato interétnico ,que afetam o funcionamento autônomo das instituições indígenas em complexas e variadas situações históricas que temas como a morte ou interdição de vida de crianças indígenas têm sido pensados antropológica e bioéticamente."
Como vimos acima foi afirmado que ( segundo as sempre mutantes e instáveis leis científicas no caso aqui antropológicas) as sociedades sofrem transformações internas próprias ( ou seja não são estáveis ou silvícolas para sempre) e algumas mudanças são decorrentes das pressões externas advindas do contato com outras culturas ( interétnico).
A história do mundo está repleta destes encontros com a "outra' cultura. Desses embates saem os hibridismos sociais , e sincretismos religiosos como no caso brasileiro resultados das relações entre a Europa cristianizada , Africa escravizada e etnias ameríndias. entretanto a partir disso querer afirmar que a postura de defesa de leis contra infanticídio sejam apenas motivadas por aparente pragmatismo religioso de colonialista ,ao invés de pensar na possibilidade do amor por parte de quem criou o movimento do projeto de lei ( e aí claramente vemos o movimento da Atini) ou mesmo da já conhecida possibilidade da cultura em movimento , resultante deste sincretismo que afeta os dois lados da moeda. Como retirar de nosso inconsciente coletivo brasileiro, por exemplo, a questão carnaval, samba, futebol e mandioca mesmo entre evangélicos? Aqui podemos perceber claramente influencia da Africa , Europa e etnias ameríndias juntos no nosso dia a dia na nossa alimentação no nosso vestuário.
Acredito que ao retirarmos a chance de conversar com essas etnias sobre sua cultura é o mesmo que acharmos que não deveríamos dialogar com Islâmicos radicais que acreditam ( segundo sua cultura) que explodir um trem ou onibus é a melhor maneira de ir para o paraíso. Ora qual encontro intercultural é prejudicial? Quem pode afirmar qual é o positivo? Quem detém o referencial se tudo é relativo? O que nos motiva a intervir em outra situação cultural?
Se queremos com médicos de Cristo influenciar em políticas públicas precisamos nos perguntar quais as motivações nossas , para nos envolvermos nisso. E quais as motivações de outras posturas. Nem tudo que é aparente é o real.
Oremos e atuemos para que politicas públicas possam também intervir onde quer que seja necessário para que a Justiça seja necessária.
Paz de Cristo
Seu conservo Wilson Bonfim ,
PS ainda vou ler o material do Pr Lidório.
4 Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.
5 Vede entre os gentios e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando for contada.
Habacuque 1 4-5
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