Hoje é 24 de maio. Neste dia no Mundo inteiro se comemora nas Igrejas Metodistas e afins o dia do coração aquecido de Wesley. E comum se afirmar que foi o seu coração aquecido que levou Wesley a alcançar o enorme sucesso de expansão de seu ministério.
As escrituras no ensinam que devemos guardar o coração, “pois dele procedem as fontes da vida”. (Pr 4:23) Onde está o meu coração?
Encontrei em Mateus 6. 21: Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração".Fico sempre a refletir onde está o meu coração? Que me motiva a viver e a trabalhar? Por que estou na Igreja?
Quando olho à minha volta na Igreja local e tento observar as características de coração aquecido na minha vida e na vida de meus companheiros e companheiras de fé às vezes me sinto envergonhado. Wesley cria piamente que “Deus levantou os metodistas para reformar a nação, e particularmente a Igreja; e para espalhar a santidade bíblica por toda terra.” Somente posso espalhar algo que realmente vivo somente posso propor uma reforma da qual eu faça parte. Não existe meio termo neste compromisso com Deus. O Brasil mudou alguma coisa por minha causa? Em Atos vemos que o povo vivia “louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”. Atos 2:47
Depois de sua experiência do coração aquecido Wesley não,ficava apenas dentro da Igreja até altas horas de noite orando e jejuando e buscando poder de Deus em várias vigílias , mas também ira pra rua proclamar o que ele cria ser a salvação do Mundo. Também não ficando em escritórios com ar condicionado escrevendo sobre a teologia dos pobres ou teorizando sobre as minúcias teológica que o fariam ser diferente de calvinistas.
"Qual, então, é a marca? Quem é um Metodista, de acordo com o seu próprio relato?" Eu respondo: Um Metodista é aquele que tem "o amor de Deus derramado por todo seu coração, pelo Espírito Santo dado a Ele"; alguém que "ama o Senhor seu Deus com todo seu coração, e com toda sua alma, e com toda sua mente, e com todas as suas forças. Deus é a alegria em seu coração, e o desejo de sua alma; a qual está, constantemente, clamando: Quem eu tenho, nos céus, a não ser a ti? Não há ninguém sobre a terra que eu deseje, além de Ti! Meu Deus e meu tudo! Tu és a força de meu coração, e minha porção para sempre!". (O Caráter de um Metodista)
O seu diário é o relato de uma pequena mostra do enorme esforço feito por este homem pra “agradar a Deus e não aos homens”. Caminhava horas todos os dias e falava do amor de Deus para a maior quantidade de pessoas possível naquela época a cerca do que acreditava ser a melhor notícia jamais anunciada no mundo. Para ele o mundo era sua paróquia e o maior medo que ele teve não “era que os metodistas deixassem de existir algum dia mas “somente (..>)que eles existam como uma seita morta, tendo a forma de religião, mas não o poder dela; e isto certamente será o caso se não conservarem a doutrina, a disciplina e o espírito com que iniciaram a jornada”.
Certa vez Ricardo Gondim escreveu
“Mesmo séculos após sua morte, mesmo depois de inúmeras obras escritas na tentativa de entendê-lo, mesmo depois dos processos de institucionalização e secularização de enormes segmentos da Igreja Metodista, mesmo depois que muitas instituições de
ensino metodista se contaminaram com a teologia liberal – Wesley permanece como o grande referencial de fé, santidade e compromisso com o reino de várias denominações cristãs ao redor do mundo. A ele atribui-se, inclusive, o arcabouço teológico que possibilitou o crescimento do movimento pentecostal.” (procuram se evangelistas de coração aquecido)
Seria eu um verdadeiro metodista de coração aquecido? Poderia ser aceito nas sociedades que John Wesley fundou em sua época? Desejo fugir da Ira vindoura? Acredito “que as palavras escritas de Deus sejam regra única e suficiente, tanto de fé como de prática cristã; e onde nós, fundamentalmente, somos distinguidos daqueles da Igreja Católica?”
Finalmente depois de descrever diversa marcas metodistas “extremamente espiritualizadas” que em muito se afastam de características muito espirituais para o padrão de nossa secularizada cultura contemporânea pós moderna (mas essencial para o primitivo metodismo wesleyano) wesley conclui :
“Por essas marcas, por esses frutos da fé viva, nós trabalhamos para distinguir a nós mesmos do mundo descrente, de todas aquelas mentes ou vidas que não estão de acordo com o Evangelho de Cristo. Mas dos cristãos reais, quaisquer que sejam as denominações deles, nós, sinceramente, não desejamos ser distinguidos, afinal; não daqueles que, sinceramente, buscam o que eles sabem que eles ainda não têm obtido. Não: "quem quer que faça a vontade de meu Pai, que está nos céus, o mesmo é meu irmão, e irmã, e mãe". E eu imploro a vocês, irmãos, pela misericórdia de Deus, que nós não sejamos, de modo algum, divididos, entre nós mesmos. Está teu coração comigo, como o meu está contigo? Eu não farei mais perguntas. Se assim for, dê-me tua mão. Por opiniões ou termos, não nos deixe destruir o trabalho de Deus. Tu amas e serve a Deus? É o suficiente. Eu dou a você a mão direita do companheirismo. Se existe algum consolo em Cristo, se existe algum conforto de amor, se alguma amizade do Espírito; se existe misericórdia; permita que nós nos esforcemos, juntos, pela fé do Evangelho; caminhando dignos da vocação, pela qual, nós fomos chamados; com toda humildade e brandura, com longanimidade, tratando com clemência, um ao outro, no amor, esforçando-nos para manter a unidade do Espírito, nos laços da paz; lembrando que há um corpo, e um Espírito, mesmo quando somos chamados com uma esperança de nosso chamado; "um Senhor, uma fé, um batismo; um Deus e Pai de todos, que está acima de tudo, e através de tudo, e em você todo".
Um comentário:
Dr Wilson,
Parabéns por este espaço. Gostei muito do que vi. Suas reflexões realmente nos levam a repensar muitas práticas ou a falta delas. Destaque para os dois últimos "Procuram-se “metodistas” de coração aquecido" e "Nossa fé". Sem dúvida que a influência de Wesley não se restringe aos campos metodistas. O pentecostalismo não seria o mesmo sem sua influência. O título fez-me lembrar de quando li "O povo mais feliz da Terra", de Demos Shakarian, que traz fortes referências da influência wesleyana no pentecostalismo.
Belíssima a iniciativa do CIES. Penso em quantas comunidades carentes deste Brasil poderiam ser beneficiadas se mais pessoas pensassem e agissem igual. Muito inspirador também o papel do ICP... Engraçado que a mídia secular divulga pouco ou mesmo nada dessas ações, né?
Um abraço,
Marcos Davi
Postar um comentário