Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
“Ser ou não ser” eis a questão.
Seria o “ser humano” uma tabula rasa ou um ser pré-determinado?
Os seres humanos nascem humanos ou se tornam humanos?
Os estudos derivados de pesquisas sociológicas e da filosofia das ciências cada vez mais tentam comprovar a extensão e o poder das culturas e do aprendizado (1) na formação do “ser humano” em contraponto a “estrutura genética humana”. Os defensores da autonomia humana absoluta acreditam que as culturas são meras construções dos seres humanos. Segundo esta visão o código genético ficaria limitado à uma espécie de patrimônio que habilita a pessoa a “se tornar” humana. O fato de alguém ter a capacidade genética de se tornar um “Paganini”, por exemplo, ficaria limitada pela disponibilidade de acesso a violinos e ao conhecimento e aos recursos.
Desta forma fica mais claro concluir neste âmbito das filosofias das ciências que o ser humano é decorrente de um processo de “tornar-se’ mais do que um processo de "ser" em si mesmo. O ser humano a prende a ser humano e é forjado no convívio com outros seres humanos. Desta formação humana decorre toda a sua cultura aprendizado e visão de mundo. Assim a construção de um mundo humano ocorre quase ainda dentro de moldes Platônicos no sentido de se crer na existência de dois domínios; o mundo externo e o mundo que existe dentro da cognição humana.
O mundo será como o vemos ou apensa uma ilusão? Estas perguntas acabaram por levar à dedução das ciências humanas de que os seres humanos vivem na “cultura” ao invés de um “mundo real” concreto ( Fala de Freire) .
“Na verdade, diferentemente dos outros animais, que são apenas inacabados, mas não são históricos, os homens se sabem inacabados. Têm a consciência de sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da educação mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela têm. Dai que seja a educação um que fazer permanente. Per¬manente, na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade freire 44”
Cultura seria, pois sua criação à sua imagem e semelhança e tudo que dela advêm, religião, Deuses, valores, moral e inclusive as ciências. Diferentes da tradicional visão de que as ciência conhecem a verdade pura e simples Thomas Khun por exemplo liderou um movimento na década de 60 que acreditava que (...) se as observações e os experimentos eram insuficientes para levar diferentes indivíduos a tomarem a mesma decisão, as diferenças no que eles consideravam ser fatos e nas decisões neles baseadas advinham de fatores pessoais, que eram desconsiderados pela Filosofia da ciência que se fazia até então. Por exemplo, indivíduos poderiam divergir em virtude de sua história pessoal e dos gostos subjacentes às suas agendas de pesquisa.(...)
De fato os seres humanos são singulares na Terra. Seres humanos se adaptam às mais diferentes condições, diferentemente dos animais que em geral são exterminados de seu meio caso não sejam capazes de se adaptarem através da “seleção natural”. O ser humano , ao contrário, tenta adaptar o meio a si mesmo e as suas necessidades. A história está farta de exemplos que mostram como o ser humano mudou o clima do planeta, o curso dos rios a cor das praias e rios. A seu bel prazer e /ou necessidades.
Não estou dizendo aqui que o “ser humano” como “ser cultural” decore apenas do fato do ser humano viver em comunidades, uma vez que existem diversos animais insetos que vivem em comunidade. A cultura humana, entretanto é criada, recriada, transformada e adaptada. Existem “propósitos diferentes” para cada cultura. O ser humano existe por causa do outro. Sem “o outro” não existe humanidade.
Alguns estudiosos afirmam que exista uma “linguagem animal, ou seja formas de comunicação. Entretanto ainda que houvessem línguas interpretáveis/ intercambiáveis para a comunicação entre os animais e os seres humanos não haveria seria possível uma cultura humano-animal uma vez que os animais não apresentam cultura ,e são ahistóricos e atemporais ( Freire).
Conclui-se que o “Ser humano” não vive apenas na terra ou em seu meio ambiente,
(Mundo real ou natureza) mas vive na sua cultura, na sua forma de ver o mundo e suas “construções” a cerca do mundo. Neste aspecto concordo plenamente com os construtivistas. Somente o ser humano vive o “tempo”. O “seres humanos” em todas as diferentes culturas tem valores, noções do certo ou errado do bonito ou feio. Isto o distingue absolutamente dos animais. O ser humano se “constrói” ou se “torna” humano.
“A própria natureza, seja lá o que ela for, parece não ter parte alguma no desenvolvimento de crenças a seu respeito. Conversa sobre evidências, da racionalidade de asserções delas tiradas, da verdade ou probabilidade dessas asserções têm sido vistas meramente como retórica, atrás da qual o partido vitorioso disfarça seu poder. O conhecimento científico, então, não passa da simples crença dos vencedores.” Problema com a Filosofia Histórica da Ciência Thomas Kuhn
A genética humana tem haver com o potencial de se “tornar humano”, e é um patrimônio do potencial que ainda sobra da semente divina em cada nascituro. Entretanto tornar-se humano precisa se tornar um alvo a ser buscado por cada ser.
Os seres humanos em eterna construção são os únicos seres que se preocupam com um “absolutamente outro”. Durante a busca do “absolutamente outro” caem em conflito consigo mesmos e com os outros na definição do “absolutamente próprio” (eu Absoluto) e na defesa de sua definição ou concepção. Durante sua relação com os “outros” seres humanos registraram suas histórias, frustrações, desejos, alegrias dores e exaltações em sua arte e dentro desta forma de tornar humano manifestam um inimitável “senso religioso”.
O objetivo deste ensaio é demonstrar que o “ser humano em construção” descoberto ou denunciado pelo construtivismo tem sua origem no pecado e está descrito na Bíblia de forma alegórica. Por isso a cultura gobalizada chegou a este nível relativismo total no mundo global. O Ser humano está perdido sem rumo e sem saber porque é fruto do pecado original . As ciências e a filosofia das ciências pouco a pouco descortinam a incapacidade humana de conhecer a realidade pelos métodos científicos através da cognição natural e o desastre que foi a rebelião do Edem e que o Adão começou o processo de “tornar-se humano”.
A epopéia de “tornar-se humano” está narrada no livro Hebreu de Genesis.
Acredito firmemente que “ser humano” não estava nos propósitos de Deus quando criou Adão. Deus criou seres semelhantes a Ele em Adão e Eva. Ali o Adão – homem criado à imagem de Deus é declarado diferente dos animais. Para isso Deus criou uma auxiliadora idônea. Não há espaços para mistura ou confusão. Adão é Adão animal é animal. Nele existe um sopro o Ruah (Espírito de Deus) que traz sua semelhança. Nenhum outro ser é declarado semelhante a Ele , nem na Terra ou em outra dimensão ou local. Existia também uma conseqüência e uma responsabilidade a partir desta semelhança; obediência. Para preservar sua semelhança com Deus existia uma condição. Bastaria obedecer à uma determinada ordem vinda de Deus que tudo continuaria segundo os propósitos do Eterno para o ser humano. O ser semelhante à Ele que representaria seu desígnio sobre a Terra.
“Dominar, crescer, e se espalhar por toda a terra”
Um dia a tentação veio; surge a primeira dúvida de Adão.
“se, então”.
Aqui temos relatada a primeira tentativa de Adão/Eva de pensarem com independência do “outro absoluto” e começarem o seu caminho de se “tornar humano”. A primeira divagação, a primeira dedução independente do criador, e, portanto ali alegóricamente retratada a primeira forma rudimentar de “dialética filosófica humana” é retratada na história do Edem. Temos também ali representada a primeira tentativa de “justificação” religiosa de um ato errôneo ( pecaminoso) por parte de alguém com derramemento de sangue. O pecado original então poderia ser redefinido epistemologicamente como “tornar-se humano” através da pesquisa do saber na tentativa de “tornar-se um Deus”.
A serpente tentou Adão com uma argumentação. “Se (...) então Serás igual a Deus”. Foi criada a primeira dúvida. Animais não têm dúvida. A primeira pergunta escrita na bíblia levantou a questão da possibilidade de Adão/Eva saírem do estado de semelhança a Deus para se tornarem iguais. Sendo os únicos seres “semelhantes”, eles acreditaram na possibilidade de serem os únicos tornarem iguais ao criador. Seria isto possível? Ali Adão/Eva dão o primeiro passo para refletir a cerca do “Ser e o tornar-se”.
Seguem registrados na bíblia os dramas dos e questionamentos de quem sou eu?
Tornar-se humano, portanto é o processo da busca do poder através do conhecimento próprio ou seja; o pecado original consumado. O desejo de saber, portanto está na origem do pecado (embora não o englobe totalmente). O planejamento de comer o fruto, a idéia de desobedecer veio da antecipação que Adão e Eva tiveram da possibilidade de possuir o controle total do mundo a partir de si mesmo através da construção da sua própria realidade. A partir de agora tornar-se filho de Adão passa a ser o processo de tornar-se humano de forma oposta a tornar-se à imagem de Deus.
O poder pessoal foi uma das primeiras “conquistas” de tornar-se humano de Adão. Existia um poder inato concedido por Deus concedido à Adão que agora está totalmente fora de controle devido ao “abuso” de do processo de tornar-se humano iniciado por Adão. O “ser humano” manteve a autoridade anteriormente concedida por Deus para a modificou no sentido de destruir sua casa sua “oikos” global, pois utiliza o potencial e a autoridade que lhe fora confiada para finalidades egoístas. A rebeldia foi multiplicada através da sua descendência.
As conseqüências imediatas nos são relatadas nos textos bíblicos que se seguem. Caim mata Abel. O primeiro assassinato nos revela a introdução do ciúme, do desejo de glória pessoal, e o conceito de vingança que passariam a ser parte da vida de ‘ser humano”. A bíblia relato como os descendentes de Adão se tornam cada vez mais humanos e mais longe do “Ruah” da criação portanto longes da semelhança com Deus.
Logo depois os relatos que se seguem falam da construção da torre de Babel da multiplicação exagerada do pecado seguidas do dilúvio punitivo de Deus e assim por diante “se tornando cada vez mais humanos” e “menos Divinos”. Se tornar humano significa se tornar cada vez menos “semelhantes a Deus”.
A bíblia Hebraica continua a narrar nesta epopéia humana como cada ser humano passou a se agrupar e formar identidades próprias e como seus grupos passaram a lutar por sua fatia de poder. No texto em que cita a Torre de Babel vemos como a divisão entre as nações e línguas retrata de forma figurada a protolinguística. Cada nação ou cultura passará a não compreender a cosmovisão da outra e sua manifestação se dá através da criação das línguas e culturas nacionais. Cada país nação e grupo social humano enfim existem mais do que uma língua com um “contrato social” Estas culturas podem gerar conflitos de interesses de grupos. Como na verdade os grupos são baseados em satisfação de necessidades grupos dominantes que se fortalecem com objetivos próprios e finalidades. Conflitos de poder cercam as disputas em todos os lugares, raças povos e nações. As culturas passam portanto a representar grupos de interesses que irão mais e mais se multiplicar na sua missão de buscar a verdade e portanto tornar-se humano.
O fruto proibido representa, portanto a busca do saber, a forma própria pela qual o ser humano escolheu para ser conhecedor do bem e do mal e desta forma ser “igual a Deus”.
O “ser humano” deixou de ser imagem de Deus e passa, portanto ser a imagem de “Adão/Eva” caídos. Adão/Eva caídos escolheram mudar seu estado ao tentarem trocar o “ser semelhante” na busca de “ser igual”. Portanto ser Adão/Humano é a tentativa da construção da sua própria história, de seu modo de ser, de sua independência e portanto ser humano não representa mais a imagem de Deus mas a imagem do “Adão caído” portanto a imagem de “ser humano”. Aos poucos Deus (divindade) deixa de ser o provedor natural do mundo e das necessidades destes grupos e o “ser humano” (em eterna construção) busca seu “lugar ao sol” sua fatia de poder através de seu esforço pessoal. ( suor de seu rosto). Cada gota suor passa agora a representar sua busca pelo seu lugar ao sol. A busca de explicações sobre o ser aumentam.
A biblia mostra também alegoricamente como os seres humanos como seres grupais, passam a representar grupos de identidades (forjadas ou não) que buscam sua auto definição e auto afirmação porque como seres culturais dependem um do outro. A perda do absolutamente outro ( Deus) fez o ser humano se escorar no “outro” na construção do eu ( self).
Concluímos que o saber e as línguas são ferramentas de poder na formação do “ser humano” no controle e no poder. O desejo do poder está na origem da criação das ciências e da busca do saber. As ciências e outras formas de saber ou “logias” representam nada mais do que conseqüências da revolta do Edem.
RELIGIÕES AS PRIMEIRAS CIÊNCIAS
A Epistemologia , a filosofia das ciências e a lógica discutem as formas de saber e com elas ajudam a conformar o "ser humano".
“Crença verdadeira justificada” era a nossa definição de conhecimento porque nós, desde Platão, criamos a idéia de que um enunciado pode ser algo chamado de conhecimento na medida em que ocorrem três coisas: 1) acreditamos no enunciado em questão; 2) o enunciado é, honestamente, uma crença nossa, e é uma crença verdadeira; 3) essa crença verdadeira está articulada a outros enunciados que a justificam. Essa noção de conhecimento precisa de um adendo explicativo, pois aqui é necessário relembrar os manuais de lógica,quando eles separam “verdade” e “justificação”.(O que é conhecimento?Paulo Ghiraldelli Jr 19 11 2007)
O "conhecimento religioso" seria apenas um tipo deste conhecimento. A fé religiosa se tornou segundo esta visão que nada mais é do que "uma crença". Seria isto decorre da nossa “religiosidade inata” dos seres humanos ou conseqüência do pecado da busca do saber?
No início da antropologia os grupos humanos que foram comparados levaram a seguinte conclusão; tendo com pano de fundo as idéias de evolucionismo que surgiam justificando/fomentando o humanismo os grupos eram classificados em sua postura em relação à religião e a ciência ocidental. Variava desde os grupos animistas cuja relação com a natureza era da simples observação dos eventos ditos naturais ( relâmpagos , trovões etc) como manifestações do poder oculto dos deuses até a nível evolutivo “máximo” obtido pelas culturas “modernas” científicas. Nesta época achava-se que todas culturas em seu processos e maturação deveriam passar por estágios semelhantes de maturação assim com o ser humano tem suas fase de evolução pessoal. Hoje conhecemos diversas culturas que não passam de determinado estágio e até mesmo são dizimadas antes de mudar de qualquer estágio.
Estas teorias naturalmente baseavam-se na idéia que a cultura ocidental era a sociedade padrão sendo a base da sociologia padrão enquanto que as outras culturas diferentes menos desenvolvidas/evoluídas eram estudadas através da ótica antropológica ( a busca do que torna os seres humanos semelhantes). Esta observação apenas nos revela que no processo de tornar-se humanos as culturas buscaram diferentes explicações das coisas. A religiosidade é uma destas formas como bem afirma a epistemologia. Se tudo for uma questão de crenças então a crença em deuses pode ser uma explicação plausível para a realidade.
A primeira tentativa de conhecer o mundo de Adão/Eva no processo de se tornarem humanos foi através da religião. Com o acumulo das perguntas na humanidade e o saber geral progredindo a religiosidade (método humano de procurar as respostas ) não foi suficiente para achar a verdade. Os fenômenos que pareciam uma ação de Divina de Deus descreviam os atributos do Deus e assim ajudava a descrever seu caráter.
Adão/Eva não contavam que ao serem expulsos do paraíso perderiam a capacidade de “compreender a verdade” da forma como Deus planejara inicialmente, e ao iniciaram a sua “busca” sua religação com Deus ( religiosidade) na tentativa de restauração da imagem de Deus através da sua próprias forças ao se tornarem "humanos". Vemos retratadas na Bíblia algumas das tentativas rudimentares da buscar do absolutamente outro (Deus) uma espécie de proto-teologia. Vemos em Caim e Abel a primeira tentativa de “agradar a Deus” através de sacrifícios. Posteriormente a descrição dos primeiro nomes de Deus derivados compostos de El , tais quais "El Shadai" , "El Eliom" etc retratam as tentativas humanas de descreverem a Deus através de seus atributos. Até que começou a se “invocar o Senhor”.
Babel e o dilúvio.
A religiosidade é, portanto, parte inseparável dos componentes do processo de “tornar-se” humano. As religiões, sistemas, leis e códigos religiosos e morais, entretanto, fazem parte das culturas muito mais de que se simplesmente uma estágio de evolução das culturas. A aproximação entre sistemas de poder e religiosidade como fonte de conhecimento e autoridade sempre trouxe diversos problemas aos “seres humanos”.
Da mesma forma que conhecer a realidade externa ao homem por metodologia cognitiva das ciências empíricas é muito difícil o conhecer a Deus é impossível ao ser humano mesmo na sua capacidade cognitiva atual. Da mesma forma que os seres humanos precisam de fé para crer em seus escritos precisarão de fé agora crer em Deus. A partir de Babel os seres em eterna construção criaram as mais diferentes formas de se “religar a Deus” e nesta busca milenar as culturas buscam formas diferentes de encontrar, compreender e explicar a verdades eternas; As religiões. Deus portanto fica desta forma, criado à imagem e semelhança do ser humano através dos seus sistemas de "crenças" da mesma forma que a ciência posteriormente será criada no processo platônico de fixação crenças.
( se não crerem em seus escritos como crerão em Mim? Jesus)
Centenas foram as guerras alimentadas ou motivadas pelos líderes religiosos. Quando houve as expansões e impérios algumas religiões foram “invadidas” por outras religiões totalmente diferentes de suas religiões que eram originadas de outras cosmovisões muito próprias.
MUNDO CIENTÍFICO
A Bíblia também bem relata o aparecimento do germe alegórico do mundo moderno através da formação do mundo Greco Romano. Roma é uma alegoria da ciência denunciada na Bíblia.
“É bem conhecida a afirmação de Alfred North Whitehead para quem a Filosofia Ocidental não é mais do que um conjunto de notas de pé de página à Filosofia de Platão
Entretanto na sua busca e crescimento do conhecimento natural das coisas e da verdade a “religiosidade humana” que satisfaria parte dos seres em construção que são os humanos tornou-se inadequada para satisfazer as necessidades humanas do poder e controle chegando ao ponto da maior mudança de perspectiva do saber de toda histórias registradas dos seres humanos. O Humanismo relativista evolucionista.
Finalmente o humanismo se desenvolve de forma concreta a partir do embate seguido da queda dos saberes religiosos perante as rivais ciências naturais humanas. Com a queda do Status da religião enquanto formadora da cosmovisão humana surge o terreno fértil definitivo para implantação de um humanismo ateu ou pagão que é descrito no Edem. As criaturas começam a declarar independência total do criador no seu processo de se “tornar deuses”.
A separação da idéia da existência de Deus causou a total incapacidade de administrar do mundo por parte dos “seres humanos” em construção e por mais que tentem “conhecer” a verdade não a conseguem nem sequer toca-la ( Gnothi Sauton). Entretanto tanto as ciências como as religiões manifestam nada mais que 2 faces das mesma moeda; o projeto de tornar-se humano na buscar do “poder” e da “verdade” da fuga do Edem. Isso se tornou ao mesmo tempo uma maldição e uma distinção. Como o ser humano passou a viver debaixo de desobediência , ou seja não segue mais diretamente as ordens do dono da “Oikos Global” , o ser humano ainda detém o controle a natureza e a Terra, mas têm com uma capacidade desordenada de decidir sobre o destino da Terra que lhe fora confiado pelo próprio Deus por causa deste pecado desta separação.
Após a descoberta do poder do controle do outro pelo saber a ciência se tornou arma de guerra. “(..)pelas razões estratégicas dominantes logo depois do fim da II Guerra Mundial quanto, posteriormente, em nome da competitividade, a ciência tornou-se alvo da política de Estado. As políticas nacionais de C&T tenderam a tornar-se cada vez mais intervencionistas e explícitas no planejamento e na gerência das atividades científicas.(...) (...)No bojo dessa irreversível transformação, o conhecimento científico desceria alguns degraus no pódio dos bens universais e, ganhando o mercado, passaria a ter o status de bem econômico, tornando-se uma mercadoria como tantas outras (Salomon, s.d.).(...) Ciênc. saúde coletiva vol.4 no.2 Rio de Janeiro 1999 Gestão, planejamento e avaliação de políticas de ciência e tecnologia: hora de rever?
No processo de aprender a “ser humano” os descendentes de Adão passaram a vivem em diversos grupos de cultura. Dependendo da cultura passam por clubes, associações, torcidas de times enfim algo que lhes de significado de identidade. A língua também é parte totalmente integrante do processo de se tornar humano. O Controle sobre a linguagem também funciona no controle e no poder. A língua latina agora substituída pelo inglês demonstra a importância na criação de impérios através de uma forma de pensar semelhante. Como descrito na questão da torre de Babel as línguas diferentes criam culturas diferentes, cosmovisões diferentes e desentendimento.
No mundo do imperialismo da globalização a criação de uma linguagem digital virtual através do inglês demonstra a importância das tribos / linguagens no torna-se humano na busca do outro x self.
O saber agora nos impulsionou para a Era do Know how. O saber pelo saber. A idéia de se tornar humano é tão forte no meio das pessoas que inclusive a forma como nos relacionamos com este saber agora é relativizado. Paramos na Era do Savoir Faire o do Know How.
“Saber o que” x “saber como” ( know why x know how)
Hoje em uma perspectiva pragmática de ética e de filosofia de vida vale mais o que se “sabe fazer” do que se sabe a cerca destas coisas. A filosofia foi uma tentativa de substituir de alguma forma racional os objetivos da religiosidade. Saber o que. Agora o foco está no “saber fazer” como ( know how) . Desta forma a ética das coisas acompanhou este novo foco relativizado. Se alguma coisa é possível então, provavelmente pode ser feita.
Desta forma a bioética tem atravessado mares e contaminado culturas pelo conceito globalizante de “autonomia”. A autonomia tem sido utilizado com grande articulador dos seres humanos ( uma vez que tudo é possível se Deus for uma construção da cultura de tornar-se humano e portanto dispensável na cultura do savoir faire)
Até mesmos os humanos e criados antigos conceitos de estética, ética, beleza foram relativizados pelos conceitos de construção social ; tudo é relativo e portanto dispensável porque é construído.
O SEGREDO DO "NOME de DEUS" CONHECIMENTO REVELADO
Somente quando Deus se revela à Moisés ao contar à ele o segredo de seu nome ao (Moisés um iniciado nos mistérios da Pirâmide) descobre o Eu Sou é o “totalmente outro” e não uma manifestação de um Deus interior. A partir da revelação e somente a partir dela que se pode conhecer a Deus. Deus não é acessível pela razão e conhecimento humanos.
“Eu sou”
Somente depois de milênios e pesquisa da afirmação humanista “penso logo existo” o ser humano chegou a um certo grau estágio “certeza” da sua existência. Na revelação não existe dúvida Deus é. O ser humano se torna. A diferença começa a se formar.
De acordo com os estudos antropológicos as religiões denominadas de animistas tinham caráter meramente local e/ou “nacional”. Os deuses que os povos seguiam, em seu processo de “religiosidade humana” eram ligados às culturas, tradições e modos de vida locais. Segundo as lendas locais, os deuses auxiliavam ,nas colheitas , na vida etc...Mas eram de âmbito de atuação local não havia no imaginário popular essa idéia de um Deus que pudesse dominar toda a Terra. Bem apenas quando os conflitos entre povos e comparações entre as religiões surgiram é que começaram a haver conflitos religiosos.
A idéia conceitual de um Deus universal, controlador de toda a terra/universo aparece de forma original inicialmente entre os Judeus e se multiplicou/espalhou entre árabes, e cristianismo. Depois do encontro entre a racionalização religiosa Greco-romana e o Deus único Judaico Cristão surge a grande dificuldade. O encontro de diferentes grupos religiosos trouxe para a discussão , qual é a religião correta? Quem pode afirmar que foi Zoroastro quem influenciou o Judaísmo no exílio Babilônico? Não existiria a possibilidade do papel inverso? Não seriam Ester e Daniel representações simbólicas da influencia do Judaísmo monoteísta em meio ao politeísmo cosmopolita do império Medo-Persa?
A Evangelização mundial depende do entendimento por parte da Igreja de que o sistema religioso cristão é uma cultura ocidental e não o reflexo direto do Reino de Deus pregado por Cristo. Na verdade a Igreja já foi parte integrante de um “império secular” e essa postura afetou a forma das pessoas compreenderam o que significa ser cristão dentro e fora da Igreja. Naturalmente esta conexão entre Estado e Igreja parecia interessante devido À ordem de ir a todo mundo . A ética desenvolvida entretanto nesta expansão não foi nada interessante para o Reino.
O Reino depende do nascer de novo. Nascer da água e do Espírito. Não basta como aos antigos Judeus pertencer a um “povo eleito”. E necessário morrer da natureza humana e deixar-se transformar-se em outra pessoa. Como um criança se deixar levar para outras dimensão de vida. Desprezar tudo que conhece ou sabe para ser conformado à imagem de filho de Deus se tornando um filho da adoção.
Naturalmente que o contraste entre tornar-se humano e nascer de novo é muito mais do que estas meras palavras colocadas neste pequenino ensaio virtual. Espero que você um dia possa encontrar a essência do Ser outro absoluto Deus. Deixemos os rudimentos deste conhecimento carnal e possa nascer de novo. De Ser humano para filho de Deus da adoção.
Por isso “conhecer a verdade” como Cristo Jesus disse somente será possível se conhecermos a “revelação” de Deus. Somente através de Cristo o ser humano tem a possibilidade de retornar à imagem e semelhança de Deus e a partir dela conhecer. Jesus disse que ele é o “caminho a verdade e a vida” e “ninguém vem ao pai senão por mim”. A verdade tem que ser relevada e recebida pela fé. Se os seres humanos tem a capacidade de ter fé em teorias construídas por seres humanos porque não depositar a fé no verdadeiro alvo da fé?
Em Cristo
Seu irmão
Wilson Bonfim
(1)O Problema com a Filosofia Histórica da Ciência Thomas Kuhn:
A própria natureza, seja lá o que ela for, parece não ter parte alguma no desenvolvimento de crenças a seu respeito. Conversa sobre evidências, da racionalidade de asserções delas tiradas, da verdade ou probabilidade dessas asserções têm sido vistas meramente como retórica, atrás da qual o partido vitorioso disfarça seu poder. O conhecimento científico, então, não passa da simples crença dos vencedores.
O Problema com a Filosofia Histórica da Ciência D:\wilson especial\PASTA D WILSON\etica\2008\livro 2008 bioetica\artigos a serem usado
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