VIAGEM PARA MANOKWARI
Dia 20/01/09 fomos com parceiros locais para Manokwari Papua, onde os abalos sísmicos começaram desde o dia 04/01/09. O primeiro abalo foi 7.2 na escala Richter, o segundo abalo 7.6 e outros 90 tremores seguidos de até 7.8. Todos os dias acordávamos assustados pelos tremores.
Durante os oito dias que ficamos lá, desde o primeiro dia, fizemos levantamento com os pastores e também visitando as aldeias mais afetadas. Assim poderíamos programar a forma mais eficiente de distribuir e ministrar entre os mais carentes.
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Atendemos 15 aldeias e 560 famílias. Distribuímos um total de 6 toneladas de alimentos. Cada cesta era composta por arroz, macarrão, sardinha em lata, açúcar, leite e chá. A AME atendeu 100 famílias nesse local.
Utilizamos dois veículos de irmãos locais que de forma solícita nos ajudaram, oferecendo até mesmo muitas vezes a gasolina para os veículos, sem receio de entrarmos em áreas florestais com estradas de barro em péssimo estado de conservação.
Durante o dia, fazíamos as distribuições e orávamos pelas famílias atingidas pelos terremotos. À noite pregávamos nas igrejas locais e nos reuníamos com os pastores.
Algo que me tocou profundamente foi o estado de uma família de outra fé. A casa foi totalmente destruída e até então não tinham uma tenda para se abrigarem. Utilizavam restos de telhas da casa destruída para fazer abrigo e dormiam no chão, juntamente com uma senhora que aparentava uns 60 anos. No primeiro dia do terremoto, ela sofreu um derrame e teve paralisia total do lado direito do corpo e ainda não tinha recebido nenhum atendimento médico.
Poderíamos relatar muitos casos de sobrevivência milagrosa e demonstração do cuidado do Senhor. Como o testemunho de um pastor, que no primeiro tremor, não conseguiu sair de casa, apesar de tentar com muita força abrir a porta. Logo, ocorreu o segundo tremor e o mais forte de todos, que destruiu todas as paredes do templo que estava sendo construído por “fora” do templo antigo, e que fica em frente à casa dele. Se ele tivesse conseguido sair de casa, estaria exatamente lá, na frente da casa, na área do templo... a porta que ele não conseguiu abrir, foi “rasgada” de alto a baixo por uma das vigas que desabou sobre ela, porém ele ficou ileso, dentro do quarto. Louvado seja o nome do Senhor!
A população vive em pequenos grupos na sua aldeia. Cada comunidade conforme seu grupo étnico tribal. OREM pela unidade das igrejas e dos pastores em Papua para que vivam como um Corpo, olhando um ao outro para além de sua identidade tribal. Em Manokwari há grandes igrejas com grandes templos. Há muitos lugares que visitamos que até então não tinham recebido assistência ou qualquer tipo de cuidado.
Muito acima do que aquilo que distribuímos em gênero alimentício, está o consolo de que alguém se importa com quem está desolado.
Deus abençoe e retribua a todo aquele que foi tocado para abençoar vidas nos confins da terra.
Em Cristo,
Alex